Atitudes como
pedir a ajuda de um amigo que trabalha no serviço público para expedir um
documento mais rápido ou pedir a um médico conhecido para passar na frente na
fila do posto de saúde é, para a maioria dos brasileiros, uma atitude
considerada apenas um “jeitinho”. A constatação faz parte da pesquisa Corrupção
e Ética, realizada pela Ipsos com 1.200 pessoas em 72 cidades do país.
O estudo,
realizado entre 29 de abril e 7 de maio, identificou que a maioria dos
brasileiros já cometeu pequenos atos de irregularidade em benefício próprio:
74% dos entrevistados afirmam que já “deram um jeitinho” em algum momento e
outros 62% disseram que usaram do expediente no último ano. Sete em cada dez
entrevistados já pediram para alguém “dar um jeitinho”.
Nas duas situações
descritas acima, mais da metade dos entrevistados (54%) acredita que tais
atitudes são mais um “jeitinho” que um ato corruptivo. Para um quarto dos
pesquisados, fazer um “gato” na energia elétrica ou pagar um funcionário da
companhia elétrica para fazer o relógio de energia marcar um consumo menor não
é corrupção - é apenas “dar um jeitinho”.
A pesquisa mostra
ainda que há aumento nos que declaram que já usaram de pequenos atos que
flertam com a ilegalidade. Entre outubro de 2014 e maio 2016, houve um
crescimento de 13 pontos percentuais entre os que declararam terem dado um
“jeitinho” no último ano. O índice dos que declararam ter usado da prática no
ano anterior saltou de 49% para 62% no período.
Aumentou ainda o
número dos que já ouviram falar do expediente (de 78% para 91%) e dos que
afirmam já terem usado dele (de 61% para 74%). Também subiu em 11 pontos
percentuais quem já pediu para alguém dar um “jeitinho” (de 56% para 67%).
Apesar dos altos
índices em quem declara já ter agido dessa maneira, a maioria dos entrevistados
condena a prática. Para 67% dos entrevistados, “jeitinho” é algo errado. Também
há mais pessoas hoje que classificam tais atitudes como sempre incorretas que
havia no passado. Em outubro de 2014, apenas 16% dos entrevistados afirmavam
que dar um “jeitinho” é uma prática sempre errada. Em maio deste ano, 29% dos
pesquisados se posicionaram dessa forma.
A lei é para todos
- mas nem sempre
De acordo com o
levantamento, a grande maioria acredita que, para que as coisas funcionem, é
preciso que todos cumpram a lei (82%) e que, quando alguém deseja para si um
tratamento diferente da lei, está prejudicando a sociedade (64%).
Porém, para quatro
em cada dez entrevistados (43%), toda lei precisa de exceções e, para mais de
um terço dos pesquisados (36%), é possível passar por cima das leis com uma boa
conversa.
Sobre a Ipsos
A Ipsos é uma
empresa independente global na área de pesquisa de mercado presente em 87
países. A companhia tem mais de 5 mil clientes e ocupa a terceira posição na
indústria de pesquisa. Maior empresa de pesquisa eleitoral do mundo, a Ipsos
atua ainda nas áreas de publicidade, fidelização de clientes, marketing, mídia,
opinião pública e coleta de dados. Para mais informações, acesse:
www.ipsos.com.br, www.ipsos.com e https://youtu.be/WRgOg9Wnr4o.
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