O Blog Sertão Político realiza
uma série de entrevistas com prefeitos, vice-prefeitos e vereadores que
obtiveram êxito nas últimas eleições. Durante os próximos dias que antecedem o
fim de ano e já no início da próxima gestão. Vamos conhecer um pouco mais dos
representantes escolhidos pelo voto direto do povo. As ideias, projetos, os
caminhos que serão trilhados na missão de defender os interesses públicos.
O nosso primeiro convidado é o
vereador Ramon Pantera, patoense, 35 anos, bombeiro militar e enfermeiro. Eleito
pela primeira vez para exercer o mandato de legislador, Ramon abre nossa série
de entrevistas.
Confira:
Blog
Sertão Político - Como foi para o Sr. disputar uma eleição tão
concorrida na cidade de Patos?
Ramon
Pantera – Foi uma missão árdua e difícil, sabemos que ainda existe
política de compra de consciência, a política suja, por isso há dificuldade de
quem entra nessa disputa com trabalho, dignidade, serviço prestado. Por isso se
torna tão difícil. A quantidade de candidatos também foi mais um empecilho,
pois tínhamos quase 200 postulantes, quando a gente fazia visitas e pedia
votos, muitos diziam, não posso, tenho um irmão, um primo, um compadre um amigo
que é candidato. Então íamos pedindo que nos conseguisse pelo menos um voto,
dividisse em certos casos, para também termos chances de vitória. Mas agradeço
a Deus, a minha mãe Chica Pantera, que tem um enorme serviço prestado na cidade
de Patos, a equipe dos Bombeiros meus irmãos de fardas, a Polícia Militar,
professores e enfermeiros. Fomos juntando aos poucos a nossa base e fui
agraciado com 992 votos, que me deram a possibilidade de chegar a câmara como
vereador pela cidade de Patos.
Foi
uma surpresa sua eleição, ou você já esperava conquistar a cadeira de vereador?
Há oito anos minha mãe foi
candidata e não conseguiu êxito. Na penúltima eleição ela não tinha mais
disposição para enfrentar uma campanha e me propôs a candidatura, porém eu
estava cursando enfermagem, pedi para esperar a próxima eleição, que foi essa
de 2016. Nos preparamos durante os quatro anos e quando chegou o período
eleitoral, eu disse a ela, agora sim, vamos entrar pra trabalhar, lutar e se
Deus quiser lograr êxito. Confesso que pelo meu partido PTN, que foi o
principal do Chapão da Verdade, esperava fazer três vereadores e eu ficar
dentre eles, porém não esperava ter essa votação tão significativa.
Quais
serão suas principais bandeiras de luta na casa Juvenal Lúcio de Sousa?
Eu digo que minha principal bandeira
de luta será o povo, lutar por aquelas pessoas que mais precisam de ajuda
política. Eu costumo dizer que nós vivemos em uma pirâmide, na qual uma coisa
não funciona sem a outra. Não adianta dizer que vou lutar apenas pela saúde,
porque sou enfermeiro, mas além da saúde, a educação, a segurança. É um
conjunto de ações, prioridade para a saúde porque a saúde de Patos está na UTI,
em seguida as demais áreas. Tenho projetos para educação e segurança, além das
demais demandas que a cidade necessita. Por isso reafirmo que minha bandeira de
luta será o povo.
O
Sr. foi eleito pela situação é da base de apoio do prefeito Dinaldinho, como
será sua relação com o executivo e sua equipe?
Eu pretendo ter uma relação
muito próxima com o executivo, sempre fui do meio político, acompanhando minha
mãe e vendo como ela trabalhava em prol do povo. Tenho uma amizade muito boa ao
prefeito eleito Dinaldinho, quero realizar um trabalho muito bom para a cidade
de Patos. Quero destacar a saúde, pois sou enfermeiro, o prefeito eleito é
médico, temos muito a fazer dentro da área de saúde e a cidade está bastante
carente nessa área. Deixarei meu gabinete de portas abertas para qualquer
secretário e também para a população patoense. Na minha opinião, a partir do
dia primeiro de janeiro, não haverá situação ou oposição, existirá vereadores
que precisam trabalhar para o povo. Não serei vereador apenas para 992 pessoas
que me elegeram, mas sim para a cidade de Patos.
O
que esperar dessa nova composição do poder legislativo?
Eu entendo que com essa nova
composição da câmara, o povo quis mudança, muitos eleitores decidiram por mudar,
não só de pessoas como vereadores, porém de ações, de atitudes e trabalhos
voltados para o povo. Então essa mescla de novatos e vereadores que renovaram
suas cadeiras, pode ser bastante positivo, por ter a oportunidade de se
trabalhar com novas cabeças, novas ideias, pensamentos diferenciados. Será um
novo mandato, onde os que foram reeleitos tem muito a aprender com os novatos e
é claro os novatos vão aprender bastante com os reeleitos. Quero trabalhar
sempre em nome da união dos que vão compor aquela casa legislativa, e que essa
mudança seja pra melhor.
Os
vereadores e a câmara em geral, tem uma imagem um pouco arranhada junto à
sociedade. O que fazer para reconquistar a confiança da população?
Desde a época da convenção,
quando começou a eleição, percebemos que muitas pessoas estão desacreditadas na
classe política, não só aqui em Patos, mas como um todo, isso faz com que a
imagem dos políticos fique suja. Eu como bombeiro, enfermeiro e professor, queria
mudar esse quadro. Mostrar para essas pessoas que isso pode ser mudado, mostrar
que não devemos perder a esperança, principalmente nos políticos de Patos, pois
no que depender do vereador Ramon, eu farei mudança. Posso não fazer mudança na
política de Patos, mas para aqueles que me confiaram o voto, possam se sentir
orgulhosos durante esses quatro anos de mandato. Pretendo trazer cada vez mais
ao conhecimento da população os trabalhos na câmara de vereadores, para que o
povo tenha conhecimento e veja a importância do nosso trabalho, e assim
resgatar a imagem e a confiança na classe política.
Eleições
para a mesa diretora, o Sr. se coloca à disposição para presidir a casa Juvenal
Lúcio de Sousa?
Minha posição hoje, é que a câmara
tenha um presidente que seja da base do prefeito. É importante que o prefeito
conte com um presidente que seja da sua base, tenho conversado com colegas
eleitos a esse respeito e aqueles com quem eu conversei, estão de acordo. Há um
consenso para o que o presidente eleito, não venha a ser uma dor de cabeça para
o legislativo no futuro. Hoje o PTN que fez quatro vereadores dispõe de dois
nomes, o meu e o do colega Capitão Hugo. Porém sei que não podemos lançar dois
candidatos do mesmo partido. Através de conversação em um grupo unido, vamos
chegar a um denominador comum, que é um vereador só para pleitear essa presidência.
Qual
mensagem o vereador deixa para nossos internautas?
Como estamos no fim de ano,
vem aí festejos natalinos, eu desejo que Jesus abençoe a cada um de nós, que
esse Natal seja de muita paz e muita luz. Que o ano novo seja repleto de muitas
realizações. Quero dizer que Ramon Pantera vai estar sempre à disposição, a
partir de janeiro, gabinete para aberto atender a população de Patos. Ouvir as
demandas, as solicitações, daqueles que me procurarem, posso não resolver tudo,
mas serei mais um a tentar solucionar os problemas que a população almeja. Quero
estar próximo do povo, tenho projetos e ideias para me aproximar cada vez mais
da população, tomar conhecimento dos problemas que nossos munícipes enfrentam. O
vereador é fiscal da cidade, por isso quero realizar esses trabalhos junto da
população. Abraço do vereador Ramon Pantera, muito feliz por este mandato
concedido pelo povo e partir de janeiro a Pantera vai colocar suas garras de
fora, mas no bom sentido, lutando por melhorias para a cidade de Patos.
Entrevista da Semana
Um dos legisladores mais
jovens da história politica da cidade de Patos, Jefferson Melquíades (PMDB), que
partiu dos movimentos estudantis e chegou a casa Juvenal Lúcio de Sousa, eleito
pela situação, hoje faz oposição a gestão da prefeita Francisca Motta (PMDB),
concedeu entrevista exclusiva ao Blog Sertão Político. Ele fez duras críticas a
atual gestão e classificou como péssima a administração da prefeita. Ele também
falou qual pode ser seu destino na política antes de lançar sua candidatura
para renovar a cadeira de vereador na cidade de Patos.
Confira
Confira
1
– Quem é Jefferson Melquíades por Jefferson?
Sou um patoense nascido e
criado aqui nessa cidade, pela qual sou absolutamente apaixonado e louco por
essa terra, minha amada cidade. Aqui tenho minhas raízes, meus familiares, meus
amigos, tenho a todos que nos rodeiam um grande apreço e carinho. No mais, um
homem muito grato pelo mandato de vereador que a população me concedeu.
2
– O Sr. é um dos mais jovens vereadores da história política da cidade de Patos, de onde partiu tanta inclinação
e vocação para a política?
Surgiu através do meu
honroso pai Leudo Melquíades, pois o mesmo sempre se fez presente em movimentos
políticos, ações dentro da política. Por conta dessas atividades dele, acabei
ingressando na vida pública também. A partir dos meus 18 anos de idade eu
concorri a primeira vez a uma cadeira na câmara de vereadores. Desde então
estou prestando serviço, me dedicando a população da minha cidade. Por conta de
meses não fui o vereador mais jovem de toda a história da cidade de Patos.
3
– Existe alguma cobrança diferenciada por o Sr. ter sido eleito tão jovem já
sofreu algum preconceito?
Eu não diria preconceito,
mas a dificuldade é de ser tão jovem, alguns pesavam, é um menino, não vai ter
experiência com situações que vão surgir que são várias e que precisa se ter
amadurecimento, para se posicionar com sabedoria atitudes maduras. Críticas
sempre existiram, mas para isso, já me preparei para corresponder a altura
essas cobranças. Com estudos, instruções, aperfeiçoamento e através da prática.
Não tem experiência maior do que você praticar é de onde vem o próprio
aprendizado. Quando conseguimos lograr nosso objetivo nós demonstrando o
amadurecimento necessário para ocupar uma vaga na casa Juvenal então desde
muito cedo, os boatos e as afirmações que duvidavam da minha experiência e da
minha capacidade na câmara foi logo caindo por terra, por eu conseguir provar
que tinha condições de representar a altura o povo de Patos como estamos
representando agora. Hoje as críticas são positivas pela minha atuação, nunca
falando da nossa falta de experiência. Pelo contrário apesar de jovem,
conseguir mostra um amadurecimento além do que a idade me dava e isso a
população patoense é testemunha, a imprensa é testemunha da capacidade de poder
estar representando essa população.
4
– Como o Sr. vê a atuação dos jovens e adolescentes na política algo o
preocupa?
A política ela assim como
todas as classes é renovável, ai é onde eu vejo a chegada dos mais novos.
Quando eu vejo um jovem assim como eu fui ingressando na política fico muito
satisfeito, pois acho muito bom pra política. Eu acreditando que a juventude
tem condições, capacidade de representar a população em qualquer área que seja.
A vontade de aprender, mostrar serviço, mostrar trabalho de fazer a nossa
história. Isso tudo se transforma em energia, entusiasmo para poder marcar seu
nome e conseguir seu espaço. Mas se analisarmos a política patoense percebo que
o jovem precisa atuar mais, não só em Patos, também na Paraíba e no Brasil. Talvez
seja falta de estímulos para que nossos adolescentes possam ingressar na
política, pensar, agir como cidadão desde cedo e ter seu espaço e representar
sua classe, mais tarde um cidadão politizado.
5
– Eleito pela situação hoje exerce uma oposição forte contra a gestão da
prefeita Francisca Motta, o que mudou tanto nas propostas que o Sr. acreditava
há quatro anos atrás?
O que d fato causou a
ruptura com o grupo da prefeita, foi o episódio que ocorreu na eleição para
presidência da mesa diretora da câmara municipal. Após aquele fato, o grupo que
sempre fiz parte e apoiei aqui na cidade, sempre fui fiel, sempre dando apoio,
não fomos prestigiados pelo grupo da prefeita. Tratados com indiferença, na
verdade fomos renegados pelo grupo da prefeita. A partir disso, analisamos que
iriam me apoiar para presidência daquela casa, porém na surdina estavam
tramando e apoiaram outro nome. Jogaram sujo comigo, apesar da história que
tínhamos com o grupo. Pensando nisso, eu com mandato outorgado pelo povo,
independente e com uma nova força, com uma nova forma de trabalho, decidi não
acompanhar mais esse grupo. Depois atitudes tomadas pela prefeita, como retirar
os ambulantes das Ruas Leôncio Wanderley e João da Mata, às seis da manhã o
batalhão de polícia, tratores, retirando os trabalhadores do seu espaço sem um
local certo parapoderem trabalhar. A partir dai, foram várias ações que a prefeita
realizou que não condizia com o que ela havia prometido em campanha. Então ela
não enganou apenas o vereador Jefferson, enganou a população de Patos. Por esse
e outros motivos que não mais fiz parte do grupo que dá sustentação a gestão
dela na câmara.
6
– Algumas pessoas creditam essa postura sua a falta de apoio financeiro por
parte da prefeitura. Como o Sr. analisa essas e outras críticas depois que
começou a fazer oposição?
Em primeiro lugar essas
críticas nós sabemos de onde vem, vem dos becos de fuxico da prefeitura
municipal de Patos, onde tem um bocado de gente que não faz nada e recebe
dinheiro da prefeitura, pra tá mentindo e encobrindo o que a prefeita faz de
errado. O fuxico nós não damos tanta relevância, ouvimos mesmo o povo de Patos,
que conhece nossa história e sabe que não somos de nos vender, não sou
mercenário, por isso não sou de receber migalhas. Não sei se a prefeita usa
desse expediente se usar eu quero está bem longe, para poder levar meu mandato
independente. A minha insatisfação foi a partir do episódio da eleição da
câmara, depois a falta de diálogo me fez sair do grupo, o desprezo a
perseguição dentro do próprio partido. Minha insatisfação se deu basicamente
por isso e não por falta de apoio financeiro.
7
– A partir dessa postura no campo da oposição, o Sr. deixará o PMDB? E qual será a sigla que vai
lhe abrigar?
Eu deixarei sim o PMDB em
breve, e existe conversações com alguns partidos políticos, inclusive sendo
convidado para ser presidente do partido. Não posso revelar agora, mas garanto
ao blog Sertão Político a exclusividade do anúncio de qual será minha nova
legenda. O que eu posso adiantar agora, é que tem uma sigla que oferece um
projeto a longo prazo, para se fazer um trabalho independente. Para inclusive
sair da polarização dos dois grupos políticos e Patos não pode ficar a mercê
apenas dessas dois grupos é preciso que surja outros nomes, outras vias. Só
assim quem sabe um dia termos um prefeito que não seja oriundo dessa oligarquia
que se implantou aqui na cidade. Vendo toda essa postura, esse ideal, chamamos
atenção de alguns partidos que desejam que o vereador Jefferson assuma a
presidência da sigla e fortifique o partido e quem sabe no futuro abranger,
juntar mais e formar uma terceira via forte para poder disputar as eleições.
Vamos sentar e discutir qual seria o melhor partido para eu migrar, melhor para
aqueles que me acompanham? Isso tem que ser analisado, massa até março quero
ter uma resposta para todos.
8
– O PSB e o PMDB caminharam juntos nas ultimas eleições e mantém uma aliança a
nível municipal e estadual. Como o Sr. vê essa aliança e se isso pode
atrapalhar sua candidatura a renovação de mandato?
Nós temos um grupo na cidade
que não apoia essa aliança, já deixamos claro para o governador a nossa intenção
do governador lançar candidatura própria na cidade de Patos. Mas sabemos que a
questão da politica local, vai depender da conjuntura estadual. De como será
definido o apoio do PMDB em João Pessoa, Campina e depois é que vem para Patos.
Ainda é um pouco cedo para dizer se essa aliança vai se repetir aqui em Patos.
Deixo bem claro que esse grupo pretende uma candidatura própria do governador
Ricardo Coutinho. Pela aceitação dele na cidade, o governador tem condições
suficientes de lançar um candidato e a população acompanhar, então podemos até
ser uma surpresa nas eleições. Por acreditar nesse potencial, estimulamos o
governador a lançar uma candidatura própria. o próprio governador pediu
paciência para analisar os cenários e em seguida tomar sua decisão.
9
– Como o Sr. avalia a gestão da prefeita Francisca Motta?
Minha avaliação é a pior
possível, péssima. Não é o vereador Jefferson quem está dizendo, é a população
que julga, nós temos pesquisas internas, enquetes em redes sociais demonstrando
que mais de 70% da população credita a gestão da prefeita como péssima. Não é
nem classificada como ruim, é péssima. É uma insatisfação geral na cidade de
Patos, com quem você conversa, por onda a gente anda, você vê a população
inteiramente insatisfeita. A não ser aqueles que têm algum tipo de beneficie,
que tem ligação que tire proveito da prefeitura que diz que a administração é
boa. Porém o restante da população patoense define como péssima e olha lá se
não como a pior da história política da cidade. Uma cidade do porte de Patos,
não pode ter uma administração pequena, devíamos ter aqui uma grande obra
inaugurada pelo município a cada ano. Obra com dinheiro azul e branco da
prefeitura municipal de Patos. Porém, o que temos são obras inacabadas desde a
gestão passada, UPAS que nunca foram entregues, o Rivaldão caindo aos pedações,
pedindo socorro, o estádio municipal sem o complemento das arquibancadas por
trás do gol que eram pra ter sido feitas por completo na gestão passada e não
foram concluídas. Uma gestão totalmente amadora. Os problemas se acumulam galerias estouradas
que se multiplicam, porque a prefeitura não toma providência. A prefeitura
envolvida em vários escândalos, a Polícia Federal investigando, o Ministério
Público Federal fiscalizando, fraudes em licitações, obras superfaturadas. Isso
denigre a imagem da cidade. Eu desafio aqui a qualquer um dizer, qual foi a
grande obra que essa gestão entregou a cidade de Patos? A nota que podemos dar
é apenas dois (2), não podemos dar zero de tudo, por isso a nota é dois.
10
– Qual mensagem o Sr. deixa para nossos internautas em um ano tão importante
para o futuro do nosso município
Quero deixar claro que estou
tentando fazer valer a pena o voto de confiança que foi me dado em 2012, com competência,
responsabilidade, empenho, tudo em prol da população patoense. Peço a população
que não desacredite na classe política pois são exceções aqueles que não querem
nada com o povo e que o próprio povo vai se encarregar de tirar da vida
pública. Existem políticos que querem o melhor para seu povo. Eu sou um
político que acredito que posso transformar a vida social do meu povo, o povo
ao qual eu represento. Eu peço que a população analise bem cada candidato,
procure ver sua história e suas intenções na política. Esse ano é de grande
responsabilidade, ano difícil mas de muitas vitórias e glórias para todos nós,
é isso que eu desejo a todos.
Empresário no ramo de comunicação, político por vocação, duas vezes prefeito de Patos e eleito deputado estadual, no seu primeiro mandado já 1º secretário da mesa diretora da Assembleia Legislativa da Paraíba. Nabor Wanderley da Nóbrega Filho, 50, e uma vida de militância filiado ao PMDB, são 32 anos na mesma legenda. O ex-prefeito concedeu entrevista exclusiva ao blog Sertão Político, falou sobre sua carreira como homem público, os seus dois mandatos como prefeito de Patos, seu novo desafio como deputado e os projetos para o futuro. Os nossos internautas poderão conhecer um pouco mais do político, do homem, pai de família, do cidadão Nabor Wanderley.
Confira:
É sempre difícil a gente
falar de nós mesmos. Mas Nabor Wanderley é essa pessoa simples, humilde que
procura sempre tá perto do povo, daqueles que mais precisam. Que tem uma
responsabilidade muito grande naquilo que faz e que desde cedo teve
responsabilidade em começar trabalhar, pois perdi meu pai logo cedo e tive que
ajudar minha mãe. Eu procuro realmente fazer tudo na vida, da melhor maneira
possível, tenho procurado me dedicar não só a questões públicas, mas em questões
pessoais de amizade e respeito com as pessoas. Sempre da melhor maneira
possível, sempre do mesmo jeito nunca deixando que um cargo alguma missão que a
gente assuma seja maior do que nós. Procurando sempre fazer da minha vida um
espelho para meus filhos, para as pessoas que me seguem, que nos acompanham e
que são admiradores do nosso trabalho.
2
-
Diretor de rádio, empresário no ramo de
publicidade, prefeito por duas vezes e agora Deputado Estadual, qual análise o
Sr. faz de sua trajetória política até hoje?
Minha vocação política vem
de dentro de casa, meu pai foi prefeito de Patos, minha família toda milita
politicamente aqui na região, partindo de São José de Espinharas, de onde praticamente
partiu nossa família. Sempre gostei de política, sempre cumpri meus mandatos
com responsabilidade e respeito a todos. Também tive outra grande fonte de
inspiração na política que foi o deputado Edvaldo Motta. Político popular,
misturado ao povo, dedicado ao seu ofício e também me espelho na história
política da prefeita Francisca Motta, pela sua forma de trabalhar e fazer
política. A partir dai comecei a fazer os meus trabalhos. Na vida pública
perdemos eleições para prefeito, depois vencemos, duas disputas consecutivas,
elegemos a nossa sucessora e me elegi deputado estadual. Tudo com muita
responsabilidade e compromisso com o trabalho, pois na hora que a população
elege e dá um voto de confiança você tem que corresponder e eu tento
corresponder com trabalho, talvez por isso que estou militando na política. Pela
confiança das pessoas. Sou grato a população de Patos e região por ter me
concedido tudo isso que alcancei dentro da política. Eu afirmo que tudo que eu
fizer por esse povo ainda é pouco, pelo tamanho da confiança que eles tem na
minha pessoa.
3
– Como foi seu primeiro ano de mandato na ALPB e a responsabilidade de ser
tesoureiro da assembleia?
Eu assumi a primeira
secretaria da Assembleia, dividindo a responsabilidade com o presidente da casa
Adriano Galdinho que tem uma grande responsabilidade para com os trabalhos
daquele poder, dando condições para os deputados trabalharem da melhor maneira
passível. Ser primeiro secretário da mesa da Assembleia logo no primeiro
mandato, foi uma alegria muito grande, do tamanho da responsabilidade de procurar
fazer com que os trabalhos sejam realizados da melhor maneira possível. E nesse
no meu primeiro ano de mandato, procurei ouvir as pessoas, ouvir a população da
Paraíba. Apresentei diversos projetos de lei, num total de 23. Destes seis já
foram aprovados na casa por unanimidade e sancionados pelo governador; os
demais estão em tramitação, mas são projetos que trazem benefícios ao povo
paraibano. São de interesse de melhoria de vida da população. Além disso
discutimos temas importantes para melhoria de vida para os paraibanos, cobrando
do governo essas boas ações, votando projetos de lei que são de interesse da população
paraibana. Mesmo sendo da base do governo temos obrigação de analisar tudo
aquilo que vem para melhorar a condição de vida do povo da Paraíba. Dessa forma
o governo poderá voltar seus trabalhos para aqueles que mais precisam. Eu tenho
procurado agir dessa forma, de um parlamentar que quer o bem do estado e do seu
povo.
4
– Qual avaliação o Sr. faz do momento atual da política nacional, com o seu
partido PMDB sendo protagonista de tantos debates, conflitos e dirigindo câmara
e senado?
Para o nosso partido o PMDB
é muito importante dirigir a câmara e o senado federal, nós temos um papel
importante nesse momento de tribulação para dar garantia de governabilidade a
presidente Dilma Rousseff. Porém a atual situação política que atravessa o país
me preocupa, vemos muitas denuncias, escândalos, crise política que tem mergulhado
o país nunca crise econômica, pois tudo parte de uma crise política. Pois se
fossem tomadas as medidas de ajustes que são necessárias, talvez não estivéssemos
numa crise tão grande. Espero que este ano a classe política se entenda, o
governo retome as obras as ações que visam gerar emprego e renda e o
brasileiro, nosso país que vinha num ritmo tão grande de crescimento, possa
voltar ao mesmo ritmo. Para isso é preciso que tenham o interesse maior da classe
política a nível nacional, que eles pensem não apenas na política momentânea,
mas que pense realmente nas pessoas, para dar suporte apoio aos vinham
melhorando de vinda e de repente perderam o emprego sua renda e volta a ter
dificuldade pra se viver. É momento de cautela e responsabilidade para com a
gestão, para que o governo possa trabalhar implementando as obras, ações e o
país retomar o caminho do crescimento.
5
– Depois de dois mandatos como prefeito e agora um de deputado, existe a
possibilidade do Sr. voltar a disputar a prefeitura municipal de Patos?
Para nós que vivemos no meio
político nunca podemos descartar as possibilidades, confesso que no momento não
estou pensando nisso, pensamento nesse momento é de trabalhar, cumprir o
mandato de deputado, dar o suporte necessário para que a prefeita Francisca
possa fazer o seu trabalho como ela vem fazendo e bem e tem todas as
possibilidades de disputar a reeleição e continuar seu trabalho sério, de
responsabilidade e competência com a cidade. Problemas sabemos que existem, mas
não só Patos, outros municípios, o estado, o país como um todo. A prefeita
assumiu o município em um momento de muita dificuldade, mas com muito zelo,
cuidado, responsabilidade e acima de tudo o amor que ela tem por esta cidade,
está conseguindo controlar as finanças públicas e cumprir com os sues compromissos
no momento em que estados e municípios brasileiros estão atrasando salários,
sem ter condições de cumprir com suas responsabilidades e ela está mantendo
tudo isso em dia. Então nesse momento que nós queremos é fortalecer o partido,
a aliança com os partidos que fazem parte da base e darmos o suporte e apoio
necessário para que ela possa disputar a reeleição e continuar o trabalho que
ela vem fazendo da cidade.
6
– Qual avaliação o Sr. faz da gestão da sua sucessora a prefeita Francisca
Motta, o Sr. tem participação na gestão, dá dicas, ela o escuta ?
Eu não sou muito de
interferir. Fui prefeito por dois mandatos e acho que o gestor tem que te o
poder de tomar as decisões. Sempre que sou procurado pra dar alguma opinião eu
assim faço, mas a prefeita tem a responsabilidade de administrar a cidade, tem
a experiência de uma vida dedicada ao povo e tem condições realmente de tomar
as decisões necessárias sem interferência de qualquer pessoa. Tem procurado
tocar obras importantes da cidade, tem controladas as finanças públicas apesar
de todas as dificuldades em que passam as prefeituras, os estados e o país. Mas
é preciso avançar mais em algumas áreas, como a saúde. Mesmo com o pouco
repassa do governo federal o município precisa encontrar uma maneira de
investir mais em saúde. A parte de infraestrutura, o governo federal depois da
crise se fechou pra investimentos, atrasa seus repasses além de outros
empecilhos. A prefeita tem uma grande vontade de trabalhar, é notável isso,
sentimos isso. Agora eu percebo que alguns setores não estão acompanhando seu
ritmo, ela precisa chamar o feito a ordem na sua administração. Ela precisa
retomar o crescimento, colocar algumas pessoas para trabalhar, sem querer citar
nomes existem pessoas dentro da sua gestão que não querem trabalhar que não
veste a camisa do jeito que a prefeita está vestindo. Na hora que um auxiliar
não tá cumprindo e atendendo a demanda da gestão. É hora de chamar o seu
secretariado a responsabilidade e entro dessa estrutura aqueles que não querem
cumprir o que for designado, fazer uma reforma administrativa e mudar pra
tentar faze com que se dê um gás novo em alguns setores, e que os novatos
possam fazer um trabalho com eficiência e acompanha-la no desejo na vontade e
no sonho que ele tem de cumprir um mandato a altura da confiança que o povo de
Patos lhe depositou.
7
– Como está sendo a aliança com o governador Ricardo Coutinho, há algum acordo
para as eleições deste ano em Patos?
O apoio ao governador foi
com base a uma discussão interna no partido que viu que nesse momento seria o
melhor para a Paraíba, já que o nosso candidato Vital do Rêgo não foi para o
segundo turno e a continuidade administrativa era com Ricardo Coutinho, que
vinha trabalhando pelo estado. O apoio do PMDB foi importante e decisivo para
que Ricardo tivesse a confiança do povo paraibano para ser reeleito governador
da Paraíba. Nós estamos dando suporte não só na Assembleia legislativa como também
fazendo parte do governo e creio que ele está no caminho certo, apesar da
crise, o governador tem se preocupado em trabalhar e levar o desenvolvimento
para todo estado da Paraíba. Em relação a eleições desse ano ainda não tivemos
discussões, acertadamente o congresso diminuiu o tempo de 90 para 45 dias. Então
essa é hora de trabalhar, esse período foi diminuído para se trabalhar mais. Nesse
período nós vamos abrindo as discussões com o governador, tem que ser de partido
pra partido, para ver onde podemos fazer alianças. Onde o PMDB vai ter
candidatos onde o PSB vai ter, onde teremos coligações, enfim em uma discussão
que só será aberta no fim de março ou início de abril. Mas espero que a gente
possa manter essa base aliada de apoio ao governo dentro do processo eleitoral
em Patos e em todos os municípios da Paraíba.
8
– As demandas de um deputado comparado as de prefeito, como explicar as diferenças
de cada cargo?
Existe uma diferença, porque
quando você é deputado você não tem o poder de decidir, apenas fazer cobranças,
apresentar projetos de lei, requerimentos, faz os pronunciamentos, você é um
porta voz da população, intermediando o povo ao governo. No executivo você
executa, resolve. É uma diferença muito grande, quem faz esse percurso do
executivo para o legislativo sente essa diferença, porque é totalmente
diferente. Apesar de está na Assembleia há um ano, estamos ainda em no processo
de adaptação, mas nem por isso deixamos de está cobrando mais investimentos na
saúde, perfuração de poços, de ações de combate a seca, de projetos de lei que
visa a melhoria de vida por exemplo das mães que são vítimas de violência,
projetos preocupados com setor de telefonia para diminuir custos para
população, projetos voltados a melhorar a vida de portadores de necessidades
especiais. Meu mandato eu tento exercer focando principalmente para as demandas
que afloram mais da população; entra a cobrança. Não existe o poder da decisão,
mas cobro a aprovação dos projetos e requerimentos junto ao governo,
secretarias para que as ações cheguem aos municípios para o povo paraibano.
9
– As cobranças por parte da população, como prefeito e como deputado, como o
Sr. está assimilando e o que pode falar das duas experiências?
Os problemas são muito
parecidos, a situação de Patos não é diferente do que ocorre em Malta, São José
de Espinharas, Mãe d’Água ou São José do Bonfim, proporcionalmente os problemas
são os mesmos. Uma cidade do tamanho de Patos, demanda uma quantidade maior de
problemas. Devido a eu ter uma experiência, uma vivencia em relação a isso,
isso auxilia no nosso mandato no encaminhamento dos projetos e dos requerimentos
para solução desses problemas. Não tenha duvida que facilita o nosso trabalho
pela experiência que tive como prefeito em relação aos projetos, facilita o nosso
trabalho em termos de Assembleia Legislativa. Da mesma forma temos que ter o
discernimento que muitas vezes de que um pedido nosso não pode ser atendido,
pela questão financeira, falta de orçamento, sabemos da crise que o governo
passa assim com o país. Então temos que entender que nossas demandas não podem
ser atendidas, não por falta de vontade do governador, mas muitas vezes por
questões financeiras que o estado não pode atender. No mais a problemática que
existe dia a dia na Paraíba em praticamente em todos os municípios elas são
muito parecidas e isso facilita o nosso trabalho.
10
– Que mensagem o deputado deixa para o os nossos internautas em ano de eleição
e com a classe política tão desgastada?
Apesar de estar em um
momento de dificuldade, eu acredito que a classe política precisa dar uma resposta
a população em termos de credibilidade e de ações. Isso a gente tem procurado fazer
no nosso município e no mandato que exerço de deputado, estamos em um ano
eleitoral, a população precisa ter muito cuidado, porque está nas mãos do
eleitor o futuro de todos nós patoenses, paraibanos, brasileiros. Muitas vezes
é muito fácil o discurso de quem é oposição, que prega mudança, mas que na
verdade não muda nada praticamente. A população precisa ter a responsabilidade
e o pé no chão de saber escolher o que é melhor pra ela, escolher aquele que
ela confia que sabe que vai trabalhar, corresponder a sua confiança. É muito
fácil chegar e criticar, já fui oposição e já fui governo, procurei sempre
corresponder as demandas. Quando oposição apresentava propostas, quando
situação exercendo os mantados de prefeito cumprindo nossos compromissos. Por isso
digo que o eleitor tem que está atento, para com aqueles que serão candidatos,
a responsabilidade daqueles candidatos, as propostas se realmente ele colocaria
em prática o que joga para a população por exemplo se chegasse a um cargo de
prefeito? Então renovo meus votos de compromisso com a população de trabalho,
confiança com o povo de gratidão pelas oportunidades que sempre me deram. Acredito
que a única forma de corresponder a tudo isso é continuar trabalhando para
transformar o nosso estado, a nossa cidade e dar cada vez mais melhores
condições de vida ao nosso povo.
ENTREVISTA DA SEMANA - LENILDO MORAIS - 11/01/2016
Patoesne, paraibano, político, filiado ao Partido dos Trabalhadores desde 01 de janeiro de 1982, por muitos anos atuou na política no distrito federal, atual vice-prefeito da cidade de Patos-PB. Lenildo Dias Morais, 52, hoje exercendo o cargo de Secretário Estadual de Agricultura Familiar e Desenvolvimento do Semiárido da Gestão do governo Ricardo Coutinho (PSB), abre nosso espaço de Entrevista da Semana. Ele respondeu as 10 perguntas do Sertão Político e os nossos internautas a partir desta semana terão a oportunidade de conhecer melhor os agentes políticos de Patos e da Paraíba neste espeço reservado para um “raio-x” dos nossos representantes e postulantes a cargos no executivo e legislativo.
Confira:
1 – Quem é Lenildo Morais
por Lenildo?
Sou cidadão patoense, nascido aqui na 26 de julho, filho de seu Tranquilino
Amâncio de Morais e dona Miraci Dias de Morais, oriundo de uma família humilde,
que batalhou muito para sobreviver. Meu pai um marceneiro, minha mãe uma dona
de casa e eu vive toda minha infância no bairro do Santo Antônio, Jardim
Guanabara, Bairro da Maternidade. Minha infância foi muito proveitosa, pois
naquele tempo se brincava mais, se divertia muito mais, apesar das nossas
dificuldades. Isso de certa forma me deu condições pra que eu pudesse valorizar
a vida, a vida tem a questão principal que a felicidade e seu sempre procurei
ser uma pessoa feliz, que pudesse conviver com todas as pessoas sem nenhum tipo
de descriminação. Meu pai apesar de nos colocar para ajuda-lo no trabalho
também exigia que nós estudássemos, e foi a partir dos meus estudos que pude me
preparar para a vida.
2 – Como se deu essa
vocação para política?
Toda minha história na política vem da família, sou neto de
João Baldoíno, era um velho militante emedebista, ele me levava para os
comícios de Rui Carneiro, era uma figura muito decidida na política e gostava
muito do contraditório, ele era “anti-Arena”. Devido a meu avô me levar aos
comícios comecei a me identificar com o seguimento meu irmão, o padre Luciano,
também teve influência na minha vocação. Ele estudava em Recife, estudou com
Dom Elder Câmara, um dos históricos mais importantes de resistência política do
Brasil. Então sempre quando Luciano vinha a Patos, conversava conosco, trazia livros
do que era discutido naquela época que a igreja vivenciava em Recife. Os padres
discutiam política com mais ênfase, principalmente nas comunidades. De certa
forma essa influência me deu uma contextualização e retórica política porque a
gente sempre discutia esse tema. A partir daí tanto nas escolas como nos
ambientes de trabalho, sempre procurei me apresentar como estudante
disciplinado e colega de trabalho amigável. Professores também foram
importantes nesse processo de despertar o gosto pela política. Aqui em Patos o
professor Wilson Lacerda, teve papel importante na minha formação quanto aluno
estudante. Na formação política eu costumo dizer que eu tive duas professoras
que foram essências na minha compreensão política de estado de sociedade. Uma delas
Maria da Guia Leite, no colégio Agrícola em Lagoa Seca, ela me deu uma abertura
muito importante, compreendendo e participando de debates sobre a situação
política da região. A outra foi professora de sociologia Ângela Maria Braga,
lecionava na Universidade Federal de Rondônia, onde eu fiz o curso de Geografia
e ela também me deu uma certa contextualização política do mundo e da
sociedade, tudo isso em outra dimensão, pois eu já era do movimento sindical,
já trabalhava e isso fez com que a gente compreendesse mais o mundo. Então
minha trajetória política, eu devo as pessoas que eu tive oportunidade de
conviver, desde as mais simples humildes a quem estava nas academias onde
aprendi compreendi nossa sociedade.
3 – Fale um pouco da
sua vivência fora de Patos, as atuações em Brasília
Após concluir o ensino fundamental aqui em Patos, fui fazer
colégio Agrícola em Lagoa Seca, próximo a Campina Grande, terminando o curso de
Técnico Agrícola, viajei para Rondônia, aventurar, lá não tinha nada certo pra
mim. Ao chegar naquele estado, fiz um concurso público na Embrapa, fui aprovado
e até hoje sou funcionário da empresa. Esse concurso me deu a condição de um
dia poder voltar à Paraíba e também ingressar no movimento sindical. Ainda em
Rondônia fui dirigente sindical, eleito presidente nacional de uma entidade que
representa todos os trabalhadores da Embrapa, da Codevsf, institutos de
pesquisas de todo o país, eleito por dois mandatos. Em 2002, o presidente Lula
me convidou para fazer parte da sua equipe de campanha, sendo coordenador do
comitê de mobilização de Brasília. Após isso deixei o movimento sindical e
comecei a fazer parte da gestão do governo em 2003, com atuações na liderança
do PT no senado, por quase um ano. Em seguida fui ser diretor da Funasa. Uma rápida
passagem no gabinete do deputado Geraldo Magela como chefe de gabinete e em
seguida trabalhei na casa civil da presidência da república como diretor de
recursos logístico, na gestão do presidente Lula entre o primeiro e o segundo
mandato. Depois disso em 2008, conversando com minha família resolvi voltar à
Paraíba.
5 – À volta a Patos,
a pré-candidatura a prefeito e a eleição como vice-prefeito na chapa encabeçada
por Francisca Motta?
Eu estava há muito tempo fora, só visita meu estado e minha
cidade duas vezes por ano e percebi que era hora de retornar, pois a vontade
era de voltar permanentemente. Surgiu uma oportunidade de transferência pela
Embrapa, eu agarrei e voltei para a Paraíba, lotado em Campina Grande. Isso foi
muito bom porque quase diariamente eu estava aqui em Patos. A partir daí surgiu
o debate junto aos companheiros do Partido dos Trabalhadores de termos mais uma
alternativa política para gerir nossa cidade. Então em 2009, começamos a
trabalhar a estratégia de como chegar, se apresentar na cidade já que passei
muito tempo fora e isso dificultava. Mas como nós tínhamos também uma
credibilidade pela família que tenho minha militância na política e a história
do partido, isso também ajudou nessa trajetória. Primeiro tentamos unir o
partido, depois lançarmos a ideia de uma candidatura a prefeito, o debate
interno, o consenso progressivo muito importante para os rumos a serem tomados.
Tivemos a oportunidade de dialogarmos com outras frentes outros partidos, até
chegarmos a uma compreensão naquele momento que o Partido dos Trabalhadores em
função do projeto nacional, do arco da aliança NACIONAL com o PMDB, nós tivemos
que recuar de nossa candidatura para se fazer uma aliança com o PMDB. Aliança
essa que foi muito proveitosa e o resto da história você já conhece.
6 – Como você vê a
situação atual da política e o seu partido no centro das atenções envolvido em
denuncias e tendo que lutar contra um processo de impeachment?
Vejo com muita preocupação, nosso partido o PT precisa fazer
uma profunda reflexão dos procedimentos a serem adotados daqui pra frente, na
minha opinião o PT não pode ser criminalizado, pois o partido tem 1,8 milhão de
filiados, então a militância e o partido não pode pagar por erros de poucos,
que se contarmos nos dedos não chega a 20 pessoas que erraram no partido. É
normal que erre mais que se pague pelo erro, agora criminalizar todo o partido
é errado. O PT tem história, tem um histórico de formação e introdução de políticas
públicas invejáveis. O Orçamento Democrático que implantou fomos nós, o Bolsa
Família fomos nós, quem primeiro discutiu e ampliou uma política de agricultura
familiar foi o PT. Fomos nós que discutimos uma ampla reforma e ampliação das
universidades em nosso país. Foi o PT que teve a ousadia de criar o SAMU, onde
antigamente principalmente em cidades pequenas, as pessoas dependiam do
político para transportar um doente para uma determinada cidade, hoje você liga
de um orelhão ou do celular e já vem o atendimento. Então o PT foi responsável
por muitas políticas publicas que deram certo nesse país e isso não pode deixar
de ser avaliado. A gente sabe que o debate sobre corrupção, o governo deu toda
amplitude para apuração, o PT não barrou a Polícia Federal, nem o Ministério
Público, pelo contrário, deu toda autonomia para que as investigações fossem
feitas. Eu acho que o partido vai superar essa fase, vai passar por esse
desgaste que está acontecendo que está acontecendo. Eu acredito que a
presidenta vai sair ilesa desse processo, até porque não tem nada que comprove
ato ilícito dela. O que ela fez foi uma tal de pedalada fiscal, que já está
esclarecido ela usou dinheiro dos bancos para pagar os programas sociais do
governo, como Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida ou outros programas sociais
e que precisavam ser pagos. Isso tá comprovado também que outros presidentes já
haviam feito como Sarnei e Itamar, Collor, FHC e o próprio Lula. Então esse
impedimento é um terceiro turno que a oposição quer fazer a qualquer custo, mas
a sociedade está percebendo que isso é uma tentativa de golpe. A prova disso
foi o fracasso das manifestações de rua no final do ano. Isso é uma tentativa
de enfraquecimento da democracia, eu acho que quem perdeu a eleição tem que
reconhecer que perdeu, quem ganhou tem que governar. Ela tem legitimidade,
ganhou com mais de 54 milhões de votos e precisa e deve governar até 2018.
7 - Até que ponto
esse fator nacional pode afetar a conjuntura política local, principalmente
quando se é filiado ao PT?
A população de Patos me conhece, conhece minha família, sabe
da minha trajetória. Obviamente que ninguém traz na testa uma etiqueta de
honesto e a gente também não pode ficar dizendo que é mais honesto do que os
outros. Porém para se fazer uma avaliação política de Lenildo em Patos, também
é preciso fazer de outros políticos, o que outras pessoas fizeram no ponto de
vista ético. Eu não fiz e nem vou fazer parte desse debate ou pautado esse
debate de quem é ou não honesto. Ética e honestidade é uma obrigação do ser
humano, sobretudo dos políticos, se algum cometeu algum erro, um delito,
independente do partido, que seja punido. Existe políticos honestos em todos os
partidos. Um ponto que observo para essas eleições de 2016 é que elas serão
totalmente diferentes das outras, a sociedade será muito mais exigente em
relação aos seus candidatos, ela vai ter uma possibilidade de fazer uma
avaliação muito mais profunda. A sociedade vai ser mais rígida na hora de
escolher seus representantes.
8 – Qual o posicionamento
do diretório local do PT para as eleições deste ano cogita-se candidatura
própria?
O debate está na mesa, está exposto. Passei o ano de 2015
nesse debate interno na secretaria onde estou secretário, disse e repito que
esse processo de 2016 vai começar em fevereiro, março, quando as coisas começam
mais a fluir. Sou um agente político, sou militante, dirigente partidário e por
isso tenho sido provocado sobre a possibilidade do PT ou do meu nome ser
colocado como alternativa para Patos. Eu acho que a gente precisa nesse
momento, compreender o “xadrez” político da nossa cidade, temos um processo de
gestão implantado, pela prefeita Francisca Motta, as pessoas podem até me
criticar, mas acho até que ela não está fazendo uma má gestão, tem alguns
problemas do ponto de vista de comunicação, relacionamento, dialogar mais com a
sociedade, porém não é uma má gestão, mas que precisa melhorar. Do outro lado
temos uma candidatura posto do PSDB do médico e deputado Dinaldinho ao que
percebo, não tem alternativa de poder para nossa cidade, de projeto novo. Por
isso fica uma grande dúvida, a cidade vai continuar com o PMDB? O PSDB vem
forte com inovações? Eu acho que há um hiato nisso ai, tem um debate importante
a ser feito na nossa cidade, pra saber qual é o perfil do gestor que a
sociedade quer pra nossa cidade? Esse é o ponto que deve ser debatido. Se vai
continuar Francisca, se vai ser Dinaldinho se vai ser Lenildo? A sociedade tem
que ter um momento de sensatez e discutir qual a característica de gestor ou
gestora que a nossa cidade precisa. Eu digo que esse debate sobre candidatura
no momento certo será colocado. Estamos aberto a discutir, ouvir falar; eu
apenas deixo claro que não tenho mais pretensão de ser candidato a vice, não me
arrependo de ter sido candidato a vice na chapa de Francisca. Mas por questão
de ordem pessoal, já comuniquei a meu partido que não a menor disposição de
compor chapa majoritária como candidato a vice. Se o PT num amplo debate tiver
unidade interna, e quiser fazer um debate sobre candidatura, nós estamos
abertos, no momento certo. Agora precisamos aprofundar as discussões com os
seguimentos sociais da nossa cidade, isso é o que importa. Não farei nenhum ato
correto e que julgue certo para viabilizar candidatura. Se acaso tive quer ter candidatura
teremos, mas não vou passar por cima dos meus princípios, só para ser
candidato. Não vejo como problema criticas do meio de comunicação em ser ou não
candidato, obviamente que eu tenho desejo, vontade e coragem de administrar
nossa cidade. Não sei se será em 2016, caso seja espero que a partir de março
ou abril, estejamos construindo nossas condições, mas é um processo que não
depende só de mim, depende também do governador Ricardo Coutinho, pois o PT é
aliado do governo. Há todo um xadrez como eu costumo chamar, para ser jogado e
não cometer nenhum erro, nem nós nem com nossos aliados. Isso é importante
também para não criar falsas expectativas para nossos eleitores, simpatizantes
e militantes.
9 – Como
vice-prefeito, o Sr. acha que poderia ter sido melhor aproveitado e em relação
ao cargo de secretário estadual há algum tipo de orientação ou acordo com o
governador para uma possível caminhada juntos nas eleições municipais?
Eu me vejo como um vice-prefeito que está cumprindo a sua
missão do ponto de vista legal, porque quem é vice está ali pra uma
eventualidade pra se for preciso assumir. Não sou de perturbar secretário,
pedir isso aquilo. Não estou para ser prefeito sou o vice. Caso ela me demande
ou me demandasse eu estaria sempre a disposição, mas cada um tem seu estilo,
sua maneira de administrar. Não quero entrar no mérito se fui muito ou pouco
aproveitado. O PT tem seu papel na administração através da secretaria de
Habitação, com o companheiro Everaldo Lima desempenhando um excelente trabalho,
por isso o PT não está apoiando em troca de cargo. Em relação ao PSB temos
dialogado muito com eles, como eu disse toda essa discursão de alianças vai
depender do meu partido e também de acordo e conversas com o governador, para
não colocar em risco o projeto estratégico que estamos tendo na Paraíba. O
governador é nosso comandante, tem sido um fiel escudeiro na defesa de
democracia, na defesa da presidenta Dilma, então vamos ter sempre esse respeito
ao governador. Claro que o PT tem sua autonomia e no momento certo vamos
colocar nossa posição de forma muito clara e objetiva. O PT já prepara sua
chapa de pre-candidatos a vereadores, estamos começando a debater com outros
partidos. Quanto a chapa majoritária é um processo posterior. Não podemos abrir
esse debate de forma irresponsável, estamos analisando todos os cenários, tanto
o estadual como o local, para a partir daí, tomarmos nossas decisões.
10 – Qual mensagem o
Sr. deixa para os nossos internautas em um ano tão importante e com a classe
política tão desgastada?
Eu acho que a gente tem que ter sempre utopia, ousadia, sem medo de propor rupturas. O mundo vive uma crise global de enormes proporções, essa crise foi colocada pra nós em função de um modelo de desenvolvimento que foi implantado no Ocidente e que nós copiamos esse modelo, agora é hora de rever alguns métodos algumas posturas, ponto de vista d qual modelo de desenvolvimento nós queremos. Nesse aspecto, você pergunta o que tem a ver a Paraíba, nossa cidade com esse debate? É muito importante que a gente paute a questão do semiárido, nós vivemos em um bioma que ultimamente tem sofrido muito com o desmatamento, com a sua redução, escassez presente de água. Ai essa ousadia é justamente na tentativa de mudar nossos hábitos em mudar o meio ambiente, acho que o tem é e tem que ser presente, se não nós não deixaremos meio de vida para as futuras gerações. Se não tivermos esse cuidado, não daremos condições de vida para outras gerações. Minha mensagem é essa: que tenhamos ousadia, coragem de ampliar esse debate na escola, sobre o futuro das nossas gerações, porque passa tudo pela escola. O ponto principal a sobrevivência do nosso meio ambiente, eu acho isso fundamental. O meio ambiente ele compreende a questão hídrica, bioma, caatinga, nossa revitalização de nossos mananciais e pelos nossos modos de consumo. Que tipo de consumo a gente precisa ter, necessitamos consumir muitas coisas pra colocar o lixo no meio ambiente? Essa análise precisamos fazer daqui pra frente tendo como ponto de discussão a juventude. Um seguimento muito importante, a juventude precisa ter esse protagonismo de fazer com que a gente discuta essa questão do futuro das nossas futuras gerações.
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