ENTREVISTAS – OS ELEITOS – RAMON PANTERA


O Blog Sertão Político realiza uma série de entrevistas com prefeitos, vice-prefeitos e vereadores que obtiveram êxito nas últimas eleições. Durante os próximos dias que antecedem o fim de ano e já no início da próxima gestão. Vamos conhecer um pouco mais dos representantes escolhidos pelo voto direto do povo. As ideias, projetos, os caminhos que serão trilhados na missão de defender os interesses públicos. 


O nosso primeiro convidado é o vereador Ramon Pantera, patoense, 35 anos, bombeiro militar e enfermeiro. Eleito pela primeira vez para exercer o mandato de legislador, Ramon abre nossa série de entrevistas. 

Confira:



Blog Sertão Político - Como foi para o Sr. disputar uma eleição tão concorrida na cidade de Patos?
Ramon Pantera – Foi uma missão árdua e difícil, sabemos que ainda existe política de compra de consciência, a política suja, por isso há dificuldade de quem entra nessa disputa com trabalho, dignidade, serviço prestado. Por isso se torna tão difícil. A quantidade de candidatos também foi mais um empecilho, pois tínhamos quase 200 postulantes, quando a gente fazia visitas e pedia votos, muitos diziam, não posso, tenho um irmão, um primo, um compadre um amigo que é candidato. Então íamos pedindo que nos conseguisse pelo menos um voto, dividisse em certos casos, para também termos chances de vitória. Mas agradeço a Deus, a minha mãe Chica Pantera, que tem um enorme serviço prestado na cidade de Patos, a equipe dos Bombeiros meus irmãos de fardas, a Polícia Militar, professores e enfermeiros. Fomos juntando aos poucos a nossa base e fui agraciado com 992 votos, que me deram a possibilidade de chegar a câmara como vereador pela cidade de Patos. 

Foi uma surpresa sua eleição, ou você já esperava conquistar a cadeira de vereador?
Há oito anos minha mãe foi candidata e não conseguiu êxito. Na penúltima eleição ela não tinha mais disposição para enfrentar uma campanha e me propôs a candidatura, porém eu estava cursando enfermagem, pedi para esperar a próxima eleição, que foi essa de 2016. Nos preparamos durante os quatro anos e quando chegou o período eleitoral, eu disse a ela, agora sim, vamos entrar pra trabalhar, lutar e se Deus quiser lograr êxito. Confesso que pelo meu partido PTN, que foi o principal do Chapão da Verdade, esperava fazer três vereadores e eu ficar dentre eles, porém não esperava ter essa votação tão significativa. 

Quais serão suas principais bandeiras de luta na casa Juvenal Lúcio de Sousa?
Eu digo que minha principal bandeira de luta será o povo, lutar por aquelas pessoas que mais precisam de ajuda política. Eu costumo dizer que nós vivemos em uma pirâmide, na qual uma coisa não funciona sem a outra. Não adianta dizer que vou lutar apenas pela saúde, porque sou enfermeiro, mas além da saúde, a educação, a segurança. É um conjunto de ações, prioridade para a saúde porque a saúde de Patos está na UTI, em seguida as demais áreas. Tenho projetos para educação e segurança, além das demais demandas que a cidade necessita. Por isso reafirmo que minha bandeira de luta será o povo. 

O Sr. foi eleito pela situação é da base de apoio do prefeito Dinaldinho, como será sua relação com o executivo e sua equipe?

Eu pretendo ter uma relação muito próxima com o executivo, sempre fui do meio político, acompanhando minha mãe e vendo como ela trabalhava em prol do povo. Tenho uma amizade muito boa ao prefeito eleito Dinaldinho, quero realizar um trabalho muito bom para a cidade de Patos. Quero destacar a saúde, pois sou enfermeiro, o prefeito eleito é médico, temos muito a fazer dentro da área de saúde e a cidade está bastante carente nessa área. Deixarei meu gabinete de portas abertas para qualquer secretário e também para a população patoense. Na minha opinião, a partir do dia primeiro de janeiro, não haverá situação ou oposição, existirá vereadores que precisam trabalhar para o povo. Não serei vereador apenas para 992 pessoas que me elegeram, mas sim para a cidade de Patos.

O que esperar dessa nova composição do poder legislativo?

Eu entendo que com essa nova composição da câmara, o povo quis mudança, muitos eleitores decidiram por mudar, não só de pessoas como vereadores, porém de ações, de atitudes e trabalhos voltados para o povo. Então essa mescla de novatos e vereadores que renovaram suas cadeiras, pode ser bastante positivo, por ter a oportunidade de se trabalhar com novas cabeças, novas ideias, pensamentos diferenciados. Será um novo mandato, onde os que foram reeleitos tem muito a aprender com os novatos e é claro os novatos vão aprender bastante com os reeleitos. Quero trabalhar sempre em nome da união dos que vão compor aquela casa legislativa, e que essa mudança seja pra melhor. 

Os vereadores e a câmara em geral, tem uma imagem um pouco arranhada junto à sociedade. O que fazer para reconquistar a confiança da população?

Desde a época da convenção, quando começou a eleição, percebemos que muitas pessoas estão desacreditadas na classe política, não só aqui em Patos, mas como um todo, isso faz com que a imagem dos políticos fique suja. Eu como bombeiro, enfermeiro e professor, queria mudar esse quadro. Mostrar para essas pessoas que isso pode ser mudado, mostrar que não devemos perder a esperança, principalmente nos políticos de Patos, pois no que depender do vereador Ramon, eu farei mudança. Posso não fazer mudança na política de Patos, mas para aqueles que me confiaram o voto, possam se sentir orgulhosos durante esses quatro anos de mandato. Pretendo trazer cada vez mais ao conhecimento da população os trabalhos na câmara de vereadores, para que o povo tenha conhecimento e veja a importância do nosso trabalho, e assim resgatar a imagem e a confiança na classe política. 

Eleições para a mesa diretora, o Sr. se coloca à disposição para presidir a casa Juvenal Lúcio de Sousa?

Minha posição hoje, é que a câmara tenha um presidente que seja da base do prefeito. É importante que o prefeito conte com um presidente que seja da sua base, tenho conversado com colegas eleitos a esse respeito e aqueles com quem eu conversei, estão de acordo. Há um consenso para o que o presidente eleito, não venha a ser uma dor de cabeça para o legislativo no futuro. Hoje o PTN que fez quatro vereadores dispõe de dois nomes, o meu e o do colega Capitão Hugo. Porém sei que não podemos lançar dois candidatos do mesmo partido. Através de conversação em um grupo unido, vamos chegar a um denominador comum, que é um vereador só para pleitear essa presidência. 

Qual mensagem o vereador deixa para nossos internautas?

Como estamos no fim de ano, vem aí festejos natalinos, eu desejo que Jesus abençoe a cada um de nós, que esse Natal seja de muita paz e muita luz. Que o ano novo seja repleto de muitas realizações. Quero dizer que Ramon Pantera vai estar sempre à disposição, a partir de janeiro, gabinete para aberto atender a população de Patos. Ouvir as demandas, as solicitações, daqueles que me procurarem, posso não resolver tudo, mas serei mais um a tentar solucionar os problemas que a população almeja. Quero estar próximo do povo, tenho projetos e ideias para me aproximar cada vez mais da população, tomar conhecimento dos problemas que nossos munícipes enfrentam. O vereador é fiscal da cidade, por isso quero realizar esses trabalhos junto da população. Abraço do vereador Ramon Pantera, muito feliz por este mandato concedido pelo povo e partir de janeiro a Pantera vai colocar suas garras de fora, mas no bom sentido, lutando por melhorias para a cidade de Patos.






















Entrevista da Semana

Um dos legisladores mais jovens da história politica da cidade de Patos, Jefferson Melquíades (PMDB), que partiu dos movimentos estudantis e chegou a casa Juvenal Lúcio de Sousa, eleito pela situação, hoje faz oposição a gestão da prefeita Francisca Motta (PMDB), concedeu entrevista exclusiva ao Blog Sertão Político. Ele fez duras críticas a atual gestão e classificou como péssima a administração da prefeita. Ele também falou qual pode ser seu destino na política antes de lançar sua candidatura para renovar a cadeira de vereador na cidade de Patos.

Confira

1 – Quem é Jefferson Melquíades por Jefferson?
Sou um patoense nascido e criado aqui nessa cidade, pela qual sou absolutamente apaixonado e louco por essa terra, minha amada cidade. Aqui tenho minhas raízes, meus familiares, meus amigos, tenho a todos que nos rodeiam um grande apreço e carinho. No mais, um homem muito grato pelo mandato de vereador que a população me concedeu.

2 – O Sr. é um dos mais jovens vereadores da história política da cidade de Patos, de onde partiu tanta inclinação e vocação para a política?

Surgiu através do meu honroso pai Leudo Melquíades, pois o mesmo sempre se fez presente em movimentos políticos, ações dentro da política. Por conta dessas atividades dele, acabei ingressando na vida pública também. A partir dos meus 18 anos de idade eu concorri a primeira vez a uma cadeira na câmara de vereadores. Desde então estou prestando serviço, me dedicando a população da minha cidade. Por conta de meses não fui o vereador mais jovem de toda a história da cidade de Patos.
3 – Existe alguma cobrança diferenciada por o Sr. ter sido eleito tão jovem já sofreu algum preconceito?
Eu não diria preconceito, mas a dificuldade é de ser tão jovem, alguns pesavam, é um menino, não vai ter experiência com situações que vão surgir que são várias e que precisa se ter amadurecimento, para se posicionar com sabedoria atitudes maduras. Críticas sempre existiram, mas para isso, já me preparei para corresponder a altura essas cobranças. Com estudos, instruções, aperfeiçoamento e através da prática. Não tem experiência maior do que você praticar é de onde vem o próprio aprendizado. Quando conseguimos lograr nosso objetivo nós demonstrando o amadurecimento necessário para ocupar uma vaga na casa Juvenal então desde muito cedo, os boatos e as afirmações que duvidavam da minha experiência e da minha capacidade na câmara foi logo caindo por terra, por eu conseguir provar que tinha condições de representar a altura o povo de Patos como estamos representando agora. Hoje as críticas são positivas pela minha atuação, nunca falando da nossa falta de experiência. Pelo contrário apesar de jovem, conseguir mostra um amadurecimento além do que a idade me dava e isso a população patoense é testemunha, a imprensa é testemunha da capacidade de poder estar representando essa população.

4 – Como o Sr. vê a atuação dos jovens e adolescentes na política algo o preocupa?
A política ela assim como todas as classes é renovável, ai é onde eu vejo a chegada dos mais novos. Quando eu vejo um jovem assim como eu fui ingressando na política fico muito satisfeito, pois acho muito bom pra política. Eu acreditando que a juventude tem condições, capacidade de representar a população em qualquer área que seja. A vontade de aprender, mostrar serviço, mostrar trabalho de fazer a nossa história. Isso tudo se transforma em energia, entusiasmo para poder marcar seu nome e conseguir seu espaço. Mas se analisarmos a política patoense percebo que o jovem precisa atuar mais, não só em Patos, também na Paraíba e no Brasil. Talvez seja falta de estímulos para que nossos adolescentes possam ingressar na política, pensar, agir como cidadão desde cedo e ter seu espaço e representar sua classe, mais tarde um cidadão politizado.

5 – Eleito pela situação hoje exerce uma oposição forte contra a gestão da prefeita Francisca Motta, o que mudou tanto nas propostas que o Sr. acreditava há quatro anos atrás?

O que d fato causou a ruptura com o grupo da prefeita, foi o episódio que ocorreu na eleição para presidência da mesa diretora da câmara municipal. Após aquele fato, o grupo que sempre fiz parte e apoiei aqui na cidade, sempre fui fiel, sempre dando apoio, não fomos prestigiados pelo grupo da prefeita. Tratados com indiferença, na verdade fomos renegados pelo grupo da prefeita. A partir disso, analisamos que iriam me apoiar para presidência daquela casa, porém na surdina estavam tramando e apoiaram outro nome. Jogaram sujo comigo, apesar da história que tínhamos com o grupo. Pensando nisso, eu com mandato outorgado pelo povo, independente e com uma nova força, com uma nova forma de trabalho, decidi não acompanhar mais esse grupo. Depois atitudes tomadas pela prefeita, como retirar os ambulantes das Ruas Leôncio Wanderley e João da Mata, às seis da manhã o batalhão de polícia, tratores, retirando os trabalhadores do seu espaço sem um local certo parapoderem trabalhar. A partir dai, foram várias ações que a prefeita realizou que não condizia com o que ela havia prometido em campanha. Então ela não enganou apenas o vereador Jefferson, enganou a população de Patos. Por esse e outros motivos que não mais fiz parte do grupo que dá sustentação a gestão dela na câmara.

6 – Algumas pessoas creditam essa postura sua a falta de apoio financeiro por parte da prefeitura. Como o Sr. analisa essas e outras críticas depois que começou a fazer oposição?

Em primeiro lugar essas críticas nós sabemos de onde vem, vem dos becos de fuxico da prefeitura municipal de Patos, onde tem um bocado de gente que não faz nada e recebe dinheiro da prefeitura, pra tá mentindo e encobrindo o que a prefeita faz de errado. O fuxico nós não damos tanta relevância, ouvimos mesmo o povo de Patos, que conhece nossa história e sabe que não somos de nos vender, não sou mercenário, por isso não sou de receber migalhas. Não sei se a prefeita usa desse expediente se usar eu quero está bem longe, para poder levar meu mandato independente. A minha insatisfação foi a partir do episódio da eleição da câmara, depois a falta de diálogo me fez sair do grupo, o desprezo a perseguição dentro do próprio partido. Minha insatisfação se deu basicamente por isso e não por falta de apoio financeiro.
7 – A partir dessa postura no campo da oposição, o Sr.  deixará o PMDB? E qual será a sigla que vai lhe abrigar?
Eu deixarei sim o PMDB em breve, e existe conversações com alguns partidos políticos, inclusive sendo convidado para ser presidente do partido. Não posso revelar agora, mas garanto ao blog Sertão Político a exclusividade do anúncio de qual será minha nova legenda. O que eu posso adiantar agora, é que tem uma sigla que oferece um projeto a longo prazo, para se fazer um trabalho independente. Para inclusive sair da polarização dos dois grupos políticos e Patos não pode ficar a mercê apenas dessas dois grupos é preciso que surja outros nomes, outras vias. Só assim quem sabe um dia termos um prefeito que não seja oriundo dessa oligarquia que se implantou aqui na cidade. Vendo toda essa postura, esse ideal, chamamos atenção de alguns partidos que desejam que o vereador Jefferson assuma a presidência da sigla e fortifique o partido e quem sabe no futuro abranger, juntar mais e formar uma terceira via forte para poder disputar as eleições. Vamos sentar e discutir qual seria o melhor partido para eu migrar, melhor para aqueles que me acompanham? Isso tem que ser analisado, massa até março quero ter uma resposta para todos.

8 – O PSB e o PMDB caminharam juntos nas ultimas eleições e mantém uma aliança a nível municipal e estadual. Como o Sr. vê essa aliança e se isso pode atrapalhar sua candidatura a renovação de mandato?

Nós temos um grupo na cidade que não apoia essa aliança, já deixamos claro para o governador a nossa intenção do governador lançar candidatura própria na cidade de Patos. Mas sabemos que a questão da politica local, vai depender da conjuntura estadual. De como será definido o apoio do PMDB em João Pessoa, Campina e depois é que vem para Patos. Ainda é um pouco cedo para dizer se essa aliança vai se repetir aqui em Patos. Deixo bem claro que esse grupo pretende uma candidatura própria do governador Ricardo Coutinho. Pela aceitação dele na cidade, o governador tem condições suficientes de lançar um candidato e a população acompanhar, então podemos até ser uma surpresa nas eleições. Por acreditar nesse potencial, estimulamos o governador a lançar uma candidatura própria. o próprio governador pediu paciência para analisar os cenários e em seguida tomar sua decisão.

9 – Como o Sr. avalia a gestão da prefeita Francisca Motta?

Minha avaliação é a pior possível, péssima. Não é o vereador Jefferson quem está dizendo, é a população que julga, nós temos pesquisas internas, enquetes em redes sociais demonstrando que mais de 70% da população credita a gestão da prefeita como péssima. Não é nem classificada como ruim, é péssima. É uma insatisfação geral na cidade de Patos, com quem você conversa, por onda a gente anda, você vê a população inteiramente insatisfeita. A não ser aqueles que têm algum tipo de beneficie, que tem ligação que tire proveito da prefeitura que diz que a administração é boa. Porém o restante da população patoense define como péssima e olha lá se não como a pior da história política da cidade. Uma cidade do porte de Patos, não pode ter uma administração pequena, devíamos ter aqui uma grande obra inaugurada pelo município a cada ano. Obra com dinheiro azul e branco da prefeitura municipal de Patos. Porém, o que temos são obras inacabadas desde a gestão passada, UPAS que nunca foram entregues, o Rivaldão caindo aos pedações, pedindo socorro, o estádio municipal sem o complemento das arquibancadas por trás do gol que eram pra ter sido feitas por completo na gestão passada e não foram concluídas. Uma gestão totalmente amadora.  Os problemas se acumulam galerias estouradas que se multiplicam, porque a prefeitura não toma providência. A prefeitura envolvida em vários escândalos, a Polícia Federal investigando, o Ministério Público Federal fiscalizando, fraudes em licitações, obras superfaturadas. Isso denigre a imagem da cidade. Eu desafio aqui a qualquer um dizer, qual foi a grande obra que essa gestão entregou a cidade de Patos? A nota que podemos dar é apenas dois (2), não podemos dar zero de tudo, por isso a nota é dois.

10 – Qual mensagem o Sr. deixa para nossos internautas em um ano tão importante para o futuro do nosso município

Quero deixar claro que estou tentando fazer valer a pena o voto de confiança que foi me dado em 2012, com competência, responsabilidade, empenho, tudo em prol da população patoense. Peço a população que não desacredite na classe política pois são exceções aqueles que não querem nada com o povo e que o próprio povo vai se encarregar de tirar da vida pública. Existem políticos que querem o melhor para seu povo. Eu sou um político que acredito que posso transformar a vida social do meu povo, o povo ao qual eu represento. Eu peço que a população analise bem cada candidato, procure ver sua história e suas intenções na política. Esse ano é de grande responsabilidade, ano difícil mas de muitas vitórias e glórias para todos nós, é isso que eu desejo a todos.
















Empresário no ramo de comunicação, político por vocação, duas vezes prefeito de Patos e eleito deputado estadual, no seu primeiro mandado já 1º secretário da mesa diretora da Assembleia Legislativa da Paraíba. Nabor Wanderley da Nóbrega Filho, 50, e uma vida de militância filiado ao PMDB, são 32 anos na mesma legenda. O ex-prefeito concedeu entrevista exclusiva ao blog Sertão Político, falou sobre sua carreira como homem público, os seus dois mandatos como prefeito de Patos, seu novo desafio como deputado e os projetos para o futuro.  Os nossos internautas poderão conhecer um pouco mais do político, do homem, pai de família, do cidadão Nabor Wanderley.

Confira:

1 – Quem é Nabor Wanderley por Nabor?

É sempre difícil a gente falar de nós mesmos. Mas Nabor Wanderley é essa pessoa simples, humilde que procura sempre tá perto do povo, daqueles que mais precisam. Que tem uma responsabilidade muito grande naquilo que faz e que desde cedo teve responsabilidade em começar trabalhar, pois perdi meu pai logo cedo e tive que ajudar minha mãe. Eu procuro realmente fazer tudo na vida, da melhor maneira possível, tenho procurado me dedicar não só a questões públicas, mas em questões pessoais de amizade e respeito com as pessoas. Sempre da melhor maneira possível, sempre do mesmo jeito nunca deixando que um cargo alguma missão que a gente assuma seja maior do que nós. Procurando sempre fazer da minha vida um espelho para meus filhos, para as pessoas que me seguem, que nos acompanham e que são admiradores do nosso trabalho.

2 - Diretor de rádio, empresário no ramo de publicidade, prefeito por duas vezes e agora Deputado Estadual, qual análise o Sr. faz de sua trajetória política até hoje?

Minha vocação política vem de dentro de casa, meu pai foi prefeito de Patos, minha família toda milita politicamente aqui na região, partindo de São José de Espinharas, de onde praticamente partiu nossa família. Sempre gostei de política, sempre cumpri meus mandatos com responsabilidade e respeito a todos. Também tive outra grande fonte de inspiração na política que foi o deputado Edvaldo Motta. Político popular, misturado ao povo, dedicado ao seu ofício e também me espelho na história política da prefeita Francisca Motta, pela sua forma de trabalhar e fazer política. A partir dai comecei a fazer os meus trabalhos. Na vida pública perdemos eleições para prefeito, depois vencemos, duas disputas consecutivas, elegemos a nossa sucessora e me elegi deputado estadual. Tudo com muita responsabilidade e compromisso com o trabalho, pois na hora que a população elege e dá um voto de confiança você tem que corresponder e eu tento corresponder com trabalho, talvez por isso que estou militando na política. Pela confiança das pessoas. Sou grato a população de Patos e região por ter me concedido tudo isso que alcancei dentro da política. Eu afirmo que tudo que eu fizer por esse povo ainda é pouco, pelo tamanho da confiança que eles tem na minha pessoa.

3 – Como foi seu primeiro ano de mandato na ALPB e a responsabilidade de ser tesoureiro da assembleia?

Eu assumi a primeira secretaria da Assembleia, dividindo a responsabilidade com o presidente da casa Adriano Galdinho que tem uma grande responsabilidade para com os trabalhos daquele poder, dando condições para os deputados trabalharem da melhor maneira passível. Ser primeiro secretário da mesa da Assembleia logo no primeiro mandato, foi uma alegria muito grande, do tamanho da responsabilidade de procurar fazer com que os trabalhos sejam realizados da melhor maneira possível. E nesse no meu primeiro ano de mandato, procurei ouvir as pessoas, ouvir a população da Paraíba. Apresentei diversos projetos de lei, num total de 23. Destes seis já foram aprovados na casa por unanimidade e sancionados pelo governador; os demais estão em tramitação, mas são projetos que trazem benefícios ao povo paraibano. São de interesse de melhoria de vida da população. Além disso discutimos temas importantes para melhoria de vida para os paraibanos, cobrando do governo essas boas ações, votando projetos de lei que são de interesse da população paraibana. Mesmo sendo da base do governo temos obrigação de analisar tudo aquilo que vem para melhorar a condição de vida do povo da Paraíba. Dessa forma o governo poderá voltar seus trabalhos para aqueles que mais precisam. Eu tenho procurado agir dessa forma, de um parlamentar que quer o bem do estado e do seu povo.

4 – Qual avaliação o Sr. faz do momento atual da política nacional, com o seu partido PMDB sendo protagonista de tantos debates, conflitos e dirigindo câmara e senado?

Para o nosso partido o PMDB é muito importante dirigir a câmara e o senado federal, nós temos um papel importante nesse momento de tribulação para dar garantia de governabilidade a presidente Dilma Rousseff. Porém a atual situação política que atravessa o país me preocupa, vemos muitas denuncias, escândalos, crise política que tem mergulhado o país nunca crise econômica, pois tudo parte de uma crise política. Pois se fossem tomadas as medidas de ajustes que são necessárias, talvez não estivéssemos numa crise tão grande. Espero que este ano a classe política se entenda, o governo retome as obras as ações que visam gerar emprego e renda e o brasileiro, nosso país que vinha num ritmo tão grande de crescimento, possa voltar ao mesmo ritmo. Para isso é preciso que tenham o interesse maior da classe política a nível nacional, que eles pensem não apenas na política momentânea, mas que pense realmente nas pessoas, para dar suporte apoio aos vinham melhorando de vinda e de repente perderam o emprego sua renda e volta a ter dificuldade pra se viver. É momento de cautela e responsabilidade para com a gestão, para que o governo possa trabalhar implementando as obras, ações e o país retomar o caminho do crescimento.

5 – Depois de dois mandatos como prefeito e agora um de deputado, existe a possibilidade do Sr. voltar a disputar a prefeitura municipal de Patos?

Para nós que vivemos no meio político nunca podemos descartar as possibilidades, confesso que no momento não estou pensando nisso, pensamento nesse momento é de trabalhar, cumprir o mandato de deputado, dar o suporte necessário para que a prefeita Francisca possa fazer o seu trabalho como ela vem fazendo e bem e tem todas as possibilidades de disputar a reeleição e continuar seu trabalho sério, de responsabilidade e competência com a cidade. Problemas sabemos que existem, mas não só Patos, outros municípios, o estado, o país como um todo. A prefeita assumiu o município em um momento de muita dificuldade, mas com muito zelo, cuidado, responsabilidade e acima de tudo o amor que ela tem por esta cidade, está conseguindo controlar as finanças públicas e cumprir com os sues compromissos no momento em que estados e municípios brasileiros estão atrasando salários, sem ter condições de cumprir com suas responsabilidades e ela está mantendo tudo isso em dia. Então nesse momento que nós queremos é fortalecer o partido, a aliança com os partidos que fazem parte da base e darmos o suporte e apoio necessário para que ela possa disputar a reeleição e continuar o trabalho que ela vem fazendo da cidade.

6 – Qual avaliação o Sr. faz da gestão da sua sucessora a prefeita Francisca Motta, o Sr. tem participação na gestão, dá dicas, ela o escuta ?

Eu não sou muito de interferir. Fui prefeito por dois mandatos e acho que o gestor tem que te o poder de tomar as decisões. Sempre que sou procurado pra dar alguma opinião eu assim faço, mas a prefeita tem a responsabilidade de administrar a cidade, tem a experiência de uma vida dedicada ao povo e tem condições realmente de tomar as decisões necessárias sem interferência de qualquer pessoa. Tem procurado tocar obras importantes da cidade, tem controladas as finanças públicas apesar de todas as dificuldades em que passam as prefeituras, os estados e o país. Mas é preciso avançar mais em algumas áreas, como a saúde. Mesmo com o pouco repassa do governo federal o município precisa encontrar uma maneira de investir mais em saúde. A parte de infraestrutura, o governo federal depois da crise se fechou pra investimentos, atrasa seus repasses além de outros empecilhos. A prefeita tem uma grande vontade de trabalhar, é notável isso, sentimos isso. Agora eu percebo que alguns setores não estão acompanhando seu ritmo, ela precisa chamar o feito a ordem na sua administração. Ela precisa retomar o crescimento, colocar algumas pessoas para trabalhar, sem querer citar nomes existem pessoas dentro da sua gestão que não querem trabalhar que não veste a camisa do jeito que a prefeita está vestindo. Na hora que um auxiliar não tá cumprindo e atendendo a demanda da gestão. É hora de chamar o seu secretariado a responsabilidade e entro dessa estrutura aqueles que não querem cumprir o que for designado, fazer uma reforma administrativa e mudar pra tentar faze com que se dê um gás novo em alguns setores, e que os novatos possam fazer um trabalho com eficiência e acompanha-la no desejo na vontade e no sonho que ele tem de cumprir um mandato a altura da confiança que o povo de Patos lhe depositou.

7 – Como está sendo a aliança com o governador Ricardo Coutinho, há algum acordo para as eleições deste ano em Patos?

O apoio ao governador foi com base a uma discussão interna no partido que viu que nesse momento seria o melhor para a Paraíba, já que o nosso candidato Vital do Rêgo não foi para o segundo turno e a continuidade administrativa era com Ricardo Coutinho, que vinha trabalhando pelo estado. O apoio do PMDB foi importante e decisivo para que Ricardo tivesse a confiança do povo paraibano para ser reeleito governador da Paraíba. Nós estamos dando suporte não só na Assembleia legislativa como também fazendo parte do governo e creio que ele está no caminho certo, apesar da crise, o governador tem se preocupado em trabalhar e levar o desenvolvimento para todo estado da Paraíba. Em relação a eleições desse ano ainda não tivemos discussões, acertadamente o congresso diminuiu o tempo de 90 para 45 dias. Então essa é hora de trabalhar, esse período foi diminuído para se trabalhar mais. Nesse período nós vamos abrindo as discussões com o governador, tem que ser de partido pra partido, para ver onde podemos fazer alianças. Onde o PMDB vai ter candidatos onde o PSB vai ter, onde teremos coligações, enfim em uma discussão que só será aberta no fim de março ou início de abril. Mas espero que a gente possa manter essa base aliada de apoio ao governo dentro do processo eleitoral em Patos e em todos os municípios da Paraíba.

8 – As demandas de um deputado comparado as de prefeito, como explicar as diferenças de cada cargo?

Existe uma diferença, porque quando você é deputado você não tem o poder de decidir, apenas fazer cobranças, apresentar projetos de lei, requerimentos, faz os pronunciamentos, você é um porta voz da população, intermediando o povo ao governo. No executivo você executa, resolve. É uma diferença muito grande, quem faz esse percurso do executivo para o legislativo sente essa diferença, porque é totalmente diferente. Apesar de está na Assembleia há um ano, estamos ainda em no processo de adaptação, mas nem por isso deixamos de está cobrando mais investimentos na saúde, perfuração de poços, de ações de combate a seca, de projetos de lei que visa a melhoria de vida por exemplo das mães que são vítimas de violência, projetos preocupados com setor de telefonia para diminuir custos para população, projetos voltados a melhorar a vida de portadores de necessidades especiais. Meu mandato eu tento exercer focando principalmente para as demandas que afloram mais da população; entra a cobrança. Não existe o poder da decisão, mas cobro a aprovação dos projetos e requerimentos junto ao governo, secretarias para que as ações cheguem aos municípios para o povo paraibano.

9 – As cobranças por parte da população, como prefeito e como deputado, como o Sr. está assimilando e o que pode falar das duas experiências?

Os problemas são muito parecidos, a situação de Patos não é diferente do que ocorre em Malta, São José de Espinharas, Mãe d’Água ou São José do Bonfim, proporcionalmente os problemas são os mesmos. Uma cidade do tamanho de Patos, demanda uma quantidade maior de problemas. Devido a eu ter uma experiência, uma vivencia em relação a isso, isso auxilia no nosso mandato no encaminhamento dos projetos e dos requerimentos para solução desses problemas. Não tenha duvida que facilita o nosso trabalho pela experiência que tive como prefeito em relação aos projetos, facilita o nosso trabalho em termos de Assembleia Legislativa. Da mesma forma temos que ter o discernimento que muitas vezes de que um pedido nosso não pode ser atendido, pela questão financeira, falta de orçamento, sabemos da crise que o governo passa assim com o país. Então temos que entender que nossas demandas não podem ser atendidas, não por falta de vontade do governador, mas muitas vezes por questões financeiras que o estado não pode atender. No mais a problemática que existe dia a dia na Paraíba em praticamente em todos os municípios elas são muito parecidas e isso facilita o nosso trabalho.

10 – Que mensagem o deputado deixa para o os nossos internautas em ano de eleição e com a classe política tão desgastada?

Apesar de estar em um momento de dificuldade, eu acredito que a classe política precisa dar uma resposta a população em termos de credibilidade e de ações. Isso a gente tem procurado fazer no nosso município e no mandato que exerço de deputado, estamos em um ano eleitoral, a população precisa ter muito cuidado, porque está nas mãos do eleitor o futuro de todos nós patoenses, paraibanos, brasileiros. Muitas vezes é muito fácil o discurso de quem é oposição, que prega mudança, mas que na verdade não muda nada praticamente. A população precisa ter a responsabilidade e o pé no chão de saber escolher o que é melhor pra ela, escolher aquele que ela confia que sabe que vai trabalhar, corresponder a sua confiança. É muito fácil chegar e criticar, já fui oposição e já fui governo, procurei sempre corresponder as demandas. Quando oposição apresentava propostas, quando situação exercendo os mantados de prefeito cumprindo nossos compromissos. Por isso digo que o eleitor tem que está atento, para com aqueles que serão candidatos, a responsabilidade daqueles candidatos, as propostas se realmente ele colocaria em prática o que joga para a população por exemplo se chegasse a um cargo de prefeito? Então renovo meus votos de compromisso com a população de trabalho, confiança com o povo de gratidão pelas oportunidades que sempre me deram. Acredito que a única forma de corresponder a tudo isso é continuar trabalhando para transformar o nosso estado, a nossa cidade e dar cada vez mais melhores condições de vida ao nosso povo.
























ENTREVISTA DA SEMANA - LENILDO MORAIS - 11/01/2016

Patoesne, paraibano, político, filiado ao Partido dos Trabalhadores desde 01 de janeiro de 1982, por muitos anos atuou na política no distrito federal, atual vice-prefeito da cidade de Patos-PB. Lenildo Dias Morais, 52, hoje exercendo o cargo de Secretário Estadual de Agricultura Familiar e Desenvolvimento do Semiárido da Gestão do governo Ricardo Coutinho (PSB), abre nosso espaço de Entrevista da Semana. Ele respondeu as 10 perguntas do Sertão Político e os nossos internautas a partir desta semana terão a oportunidade de conhecer melhor os agentes políticos de Patos e da Paraíba neste espeço reservado para um “raio-x” dos nossos representantes e postulantes a cargos no executivo e legislativo.

Confira:

1 – Quem é Lenildo Morais por Lenildo?
Sou cidadão patoense, nascido aqui na 26 de julho, filho de seu Tranquilino Amâncio de Morais e dona Miraci Dias de Morais, oriundo de uma família humilde, que batalhou muito para sobreviver. Meu pai um marceneiro, minha mãe uma dona de casa e eu vive toda minha infância no bairro do Santo Antônio, Jardim Guanabara, Bairro da Maternidade. Minha infância foi muito proveitosa, pois naquele tempo se brincava mais, se divertia muito mais, apesar das nossas dificuldades. Isso de certa forma me deu condições pra que eu pudesse valorizar a vida, a vida tem a questão principal que a felicidade e seu sempre procurei ser uma pessoa feliz, que pudesse conviver com todas as pessoas sem nenhum tipo de descriminação. Meu pai apesar de nos colocar para ajuda-lo no trabalho também exigia que nós estudássemos, e foi a partir dos meus estudos que pude me preparar para a vida.

2 – Como se deu essa vocação para política?

Toda minha história na política vem da família, sou neto de João Baldoíno, era um velho militante emedebista, ele me levava para os comícios de Rui Carneiro, era uma figura muito decidida na política e gostava muito do contraditório, ele era “anti-Arena”. Devido a meu avô me levar aos comícios comecei a me identificar com o seguimento meu irmão, o padre Luciano, também teve influência na minha vocação. Ele estudava em Recife, estudou com Dom Elder Câmara, um dos históricos mais importantes de resistência política do Brasil. Então sempre quando Luciano vinha a Patos, conversava conosco, trazia livros do que era discutido naquela época que a igreja vivenciava em Recife. Os padres discutiam política com mais ênfase, principalmente nas comunidades. De certa forma essa influência me deu uma contextualização e retórica política porque a gente sempre discutia esse tema. A partir daí tanto nas escolas como nos ambientes de trabalho, sempre procurei me apresentar como estudante disciplinado e colega de trabalho amigável. Professores também foram importantes nesse processo de despertar o gosto pela política. Aqui em Patos o professor Wilson Lacerda, teve papel importante na minha formação quanto aluno estudante. Na formação política eu costumo dizer que eu tive duas professoras que foram essências na minha compreensão política de estado de sociedade. Uma delas Maria da Guia Leite, no colégio Agrícola em Lagoa Seca, ela me deu uma abertura muito importante, compreendendo e participando de debates sobre a situação política da região. A outra foi professora de sociologia Ângela Maria Braga, lecionava na Universidade Federal de Rondônia, onde eu fiz o curso de Geografia e ela também me deu uma certa contextualização política do mundo e da sociedade, tudo isso em outra dimensão, pois eu já era do movimento sindical, já trabalhava e isso fez com que a gente compreendesse mais o mundo. Então minha trajetória política, eu devo as pessoas que eu tive oportunidade de conviver, desde as mais simples humildes a quem estava nas academias onde aprendi compreendi nossa sociedade.

3 – Fale um pouco da sua vivência fora de Patos, as atuações em Brasília

Após concluir o ensino fundamental aqui em Patos, fui fazer colégio Agrícola em Lagoa Seca, próximo a Campina Grande, terminando o curso de Técnico Agrícola, viajei para Rondônia, aventurar, lá não tinha nada certo pra mim. Ao chegar naquele estado, fiz um concurso público na Embrapa, fui aprovado e até hoje sou funcionário da empresa. Esse concurso me deu a condição de um dia poder voltar à Paraíba e também ingressar no movimento sindical. Ainda em Rondônia fui dirigente sindical, eleito presidente nacional de uma entidade que representa todos os trabalhadores da Embrapa, da Codevsf, institutos de pesquisas de todo o país, eleito por dois mandatos. Em 2002, o presidente Lula me convidou para fazer parte da sua equipe de campanha, sendo coordenador do comitê de mobilização de Brasília. Após isso deixei o movimento sindical e comecei a fazer parte da gestão do governo em 2003, com atuações na liderança do PT no senado, por quase um ano. Em seguida fui ser diretor da Funasa. Uma rápida passagem no gabinete do deputado Geraldo Magela como chefe de gabinete e em seguida trabalhei na casa civil da presidência da república como diretor de recursos logístico, na gestão do presidente Lula entre o primeiro e o segundo mandato. Depois disso em 2008, conversando com minha família resolvi voltar à Paraíba.

5 – À volta a Patos, a pré-candidatura a prefeito e a eleição como vice-prefeito na chapa encabeçada por Francisca Motta?

Eu estava há muito tempo fora, só visita meu estado e minha cidade duas vezes por ano e percebi que era hora de retornar, pois a vontade era de voltar permanentemente. Surgiu uma oportunidade de transferência pela Embrapa, eu agarrei e voltei para a Paraíba, lotado em Campina Grande. Isso foi muito bom porque quase diariamente eu estava aqui em Patos. A partir daí surgiu o debate junto aos companheiros do Partido dos Trabalhadores de termos mais uma alternativa política para gerir nossa cidade. Então em 2009, começamos a trabalhar a estratégia de como chegar, se apresentar na cidade já que passei muito tempo fora e isso dificultava. Mas como nós tínhamos também uma credibilidade pela família que tenho minha militância na política e a história do partido, isso também ajudou nessa trajetória. Primeiro tentamos unir o partido, depois lançarmos a ideia de uma candidatura a prefeito, o debate interno, o consenso progressivo muito importante para os rumos a serem tomados. Tivemos a oportunidade de dialogarmos com outras frentes outros partidos, até chegarmos a uma compreensão naquele momento que o Partido dos Trabalhadores em função do projeto nacional, do arco da aliança NACIONAL com o PMDB, nós tivemos que recuar de nossa candidatura para se fazer uma aliança com o PMDB. Aliança essa que foi muito proveitosa e o resto da história você já conhece.

6 – Como você vê a situação atual da política e o seu partido no centro das atenções envolvido em denuncias e tendo que lutar contra um processo de impeachment?

Vejo com muita preocupação, nosso partido o PT precisa fazer uma profunda reflexão dos procedimentos a serem adotados daqui pra frente, na minha opinião o PT não pode ser criminalizado, pois o partido tem 1,8 milhão de filiados, então a militância e o partido não pode pagar por erros de poucos, que se contarmos nos dedos não chega a 20 pessoas que erraram no partido. É normal que erre mais que se pague pelo erro, agora criminalizar todo o partido é errado. O PT tem história, tem um histórico de formação e introdução de políticas públicas invejáveis. O Orçamento Democrático que implantou fomos nós, o Bolsa Família fomos nós, quem primeiro discutiu e ampliou uma política de agricultura familiar foi o PT. Fomos nós que discutimos uma ampla reforma e ampliação das universidades em nosso país. Foi o PT que teve a ousadia de criar o SAMU, onde antigamente principalmente em cidades pequenas, as pessoas dependiam do político para transportar um doente para uma determinada cidade, hoje você liga de um orelhão ou do celular e já vem o atendimento. Então o PT foi responsável por muitas políticas publicas que deram certo nesse país e isso não pode deixar de ser avaliado. A gente sabe que o debate sobre corrupção, o governo deu toda amplitude para apuração, o PT não barrou a Polícia Federal, nem o Ministério Público, pelo contrário, deu toda autonomia para que as investigações fossem feitas. Eu acho que o partido vai superar essa fase, vai passar por esse desgaste que está acontecendo que está acontecendo. Eu acredito que a presidenta vai sair ilesa desse processo, até porque não tem nada que comprove ato ilícito dela. O que ela fez foi uma tal de pedalada fiscal, que já está esclarecido ela usou dinheiro dos bancos para pagar os programas sociais do governo, como Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida ou outros programas sociais e que precisavam ser pagos. Isso tá comprovado também que outros presidentes já haviam feito como Sarnei e Itamar, Collor, FHC e o próprio Lula. Então esse impedimento é um terceiro turno que a oposição quer fazer a qualquer custo, mas a sociedade está percebendo que isso é uma tentativa de golpe. A prova disso foi o fracasso das manifestações de rua no final do ano. Isso é uma tentativa de enfraquecimento da democracia, eu acho que quem perdeu a eleição tem que reconhecer que perdeu, quem ganhou tem que governar. Ela tem legitimidade, ganhou com mais de 54 milhões de votos e precisa e deve governar até 2018.

7 - Até que ponto esse fator nacional pode afetar a conjuntura política local, principalmente quando se é filiado ao PT?

A população de Patos me conhece, conhece minha família, sabe da minha trajetória. Obviamente que ninguém traz na testa uma etiqueta de honesto e a gente também não pode ficar dizendo que é mais honesto do que os outros. Porém para se fazer uma avaliação política de Lenildo em Patos, também é preciso fazer de outros políticos, o que outras pessoas fizeram no ponto de vista ético. Eu não fiz e nem vou fazer parte desse debate ou pautado esse debate de quem é ou não honesto. Ética e honestidade é uma obrigação do ser humano, sobretudo dos políticos, se algum cometeu algum erro, um delito, independente do partido, que seja punido. Existe políticos honestos em todos os partidos. Um ponto que observo para essas eleições de 2016 é que elas serão totalmente diferentes das outras, a sociedade será muito mais exigente em relação aos seus candidatos, ela vai ter uma possibilidade de fazer uma avaliação muito mais profunda. A sociedade vai ser mais rígida na hora de escolher seus representantes.

8 – Qual o posicionamento do diretório local do PT para as eleições deste ano cogita-se candidatura própria?

O debate está na mesa, está exposto. Passei o ano de 2015 nesse debate interno na secretaria onde estou secretário, disse e repito que esse processo de 2016 vai começar em fevereiro, março, quando as coisas começam mais a fluir. Sou um agente político, sou militante, dirigente partidário e por isso tenho sido provocado sobre a possibilidade do PT ou do meu nome ser colocado como alternativa para Patos. Eu acho que a gente precisa nesse momento, compreender o “xadrez” político da nossa cidade, temos um processo de gestão implantado, pela prefeita Francisca Motta, as pessoas podem até me criticar, mas acho até que ela não está fazendo uma má gestão, tem alguns problemas do ponto de vista de comunicação, relacionamento, dialogar mais com a sociedade, porém não é uma má gestão, mas que precisa melhorar. Do outro lado temos uma candidatura posto do PSDB do médico e deputado Dinaldinho ao que percebo, não tem alternativa de poder para nossa cidade, de projeto novo. Por isso fica uma grande dúvida, a cidade vai continuar com o PMDB? O PSDB vem forte com inovações? Eu acho que há um hiato nisso ai, tem um debate importante a ser feito na nossa cidade, pra saber qual é o perfil do gestor que a sociedade quer pra nossa cidade? Esse é o ponto que deve ser debatido. Se vai continuar Francisca, se vai ser Dinaldinho se vai ser Lenildo? A sociedade tem que ter um momento de sensatez e discutir qual a característica de gestor ou gestora que a nossa cidade precisa. Eu digo que esse debate sobre candidatura no momento certo será colocado. Estamos aberto a discutir, ouvir falar; eu apenas deixo claro que não tenho mais pretensão de ser candidato a vice, não me arrependo de ter sido candidato a vice na chapa de Francisca. Mas por questão de ordem pessoal, já comuniquei a meu partido que não a menor disposição de compor chapa majoritária como candidato a vice. Se o PT num amplo debate tiver unidade interna, e quiser fazer um debate sobre candidatura, nós estamos abertos, no momento certo. Agora precisamos aprofundar as discussões com os seguimentos sociais da nossa cidade, isso é o que importa. Não farei nenhum ato correto e que julgue certo para viabilizar candidatura. Se acaso tive quer ter candidatura teremos, mas não vou passar por cima dos meus princípios, só para ser candidato. Não vejo como problema criticas do meio de comunicação em ser ou não candidato, obviamente que eu tenho desejo, vontade e coragem de administrar nossa cidade. Não sei se será em 2016, caso seja espero que a partir de março ou abril, estejamos construindo nossas condições, mas é um processo que não depende só de mim, depende também do governador Ricardo Coutinho, pois o PT é aliado do governo. Há todo um xadrez como eu costumo chamar, para ser jogado e não cometer nenhum erro, nem nós nem com nossos aliados. Isso é importante também para não criar falsas expectativas para nossos eleitores, simpatizantes e militantes.

9 – Como vice-prefeito, o Sr. acha que poderia ter sido melhor aproveitado e em relação ao cargo de secretário estadual há algum tipo de orientação ou acordo com o governador para uma possível caminhada juntos nas eleições municipais?

Eu me vejo como um vice-prefeito que está cumprindo a sua missão do ponto de vista legal, porque quem é vice está ali pra uma eventualidade pra se for preciso assumir. Não sou de perturbar secretário, pedir isso aquilo. Não estou para ser prefeito sou o vice. Caso ela me demande ou me demandasse eu estaria sempre a disposição, mas cada um tem seu estilo, sua maneira de administrar. Não quero entrar no mérito se fui muito ou pouco aproveitado. O PT tem seu papel na administração através da secretaria de Habitação, com o companheiro Everaldo Lima desempenhando um excelente trabalho, por isso o PT não está apoiando em troca de cargo. Em relação ao PSB temos dialogado muito com eles, como eu disse toda essa discursão de alianças vai depender do meu partido e também de acordo e conversas com o governador, para não colocar em risco o projeto estratégico que estamos tendo na Paraíba. O governador é nosso comandante, tem sido um fiel escudeiro na defesa de democracia, na defesa da presidenta Dilma, então vamos ter sempre esse respeito ao governador. Claro que o PT tem sua autonomia e no momento certo vamos colocar nossa posição de forma muito clara e objetiva. O PT já prepara sua chapa de pre-candidatos a vereadores, estamos começando a debater com outros partidos. Quanto a chapa majoritária é um processo posterior. Não podemos abrir esse debate de forma irresponsável, estamos analisando todos os cenários, tanto o estadual como o local, para a partir daí, tomarmos nossas decisões.

10 – Qual mensagem o Sr. deixa para os nossos internautas em um ano tão importante e com a classe política tão desgastada? 


Eu acho que a gente tem que ter sempre utopia, ousadia, sem medo de propor rupturas. O mundo vive uma crise global de enormes proporções, essa crise foi colocada pra nós em função de um modelo de desenvolvimento que foi implantado no Ocidente e que nós copiamos esse modelo, agora é hora de rever alguns métodos algumas posturas, ponto de vista d qual modelo de desenvolvimento nós queremos. Nesse aspecto, você pergunta o que tem a ver a Paraíba, nossa cidade com esse debate? É muito importante que a gente paute a questão do semiárido, nós vivemos em um bioma que ultimamente tem sofrido muito com o desmatamento, com a sua redução, escassez presente de água. Ai essa ousadia é justamente na tentativa de mudar nossos hábitos em mudar o meio ambiente, acho que o tem é e tem que ser presente, se não nós não deixaremos meio de vida para as futuras gerações. Se não tivermos esse cuidado, não daremos condições de vida para outras gerações. Minha mensagem é essa: que tenhamos ousadia, coragem de ampliar esse debate na escola, sobre o futuro das nossas gerações, porque passa tudo pela escola. O ponto principal a sobrevivência do nosso meio ambiente, eu acho isso fundamental. O meio ambiente ele compreende a questão hídrica, bioma, caatinga, nossa revitalização de nossos mananciais e pelos nossos modos de consumo. Que tipo de consumo a gente precisa ter, necessitamos consumir muitas coisas pra colocar o lixo no meio ambiente? Essa análise precisamos fazer daqui pra frente tendo como ponto de discussão a juventude. Um seguimento muito importante, a juventude precisa ter esse protagonismo de fazer com que a gente discuta essa questão do futuro das nossas futuras gerações.

Nenhum comentário:

Postar um comentário