O líder do Democratas na
Câmara, Pauderney Avelino (AM), classificou como "decisão
esdrúxula" a anulação das sessões que votaram o
impeachment e chamou o presidente interino da Câmara, Waldir
Maranhão (PP-MA), de "desequilibrado".
"Quero deixar claro
que essa decisão dele não tem nenhum valor", afirmou Avelino. "Não
cabe mais ao presidente da Câmara agir sobre um processo jurídico perfeito e
concluído. Vamos entrar no Supremo Tribunal com uma ação no sentido de
preservar o direito dos parlamentares que se expressaram por sua expressiva
maioria a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff."
"É uma decisão de uma
pessoa desequilibrada, de um títere, é uma decisão de uma pessoa que está
subserviente ao terminal governo do PT", afirmou o deputado.
Avelino afirmou que a
oposição vai ao STF (Supremo Tribunal Federal) recorrer contra a anulação das
sessões, e que o presidente do Senado, Renan Calheiros, pode recusar a decisão
de Maranhão.
O presidente do DEM,
senador José Agripino Maia (RN), disse que "a matéria remetida da Câmara
para o Senado não tem caminho de volta". "Trata-se de ato jurídico
perfeito e acabado. Inacreditável a audácia dos protagonistas. Não resiste a um
mandado de segurança", disse.
Mais tarde, a assessoria
do Democratas disse que, a princípio, o partido ainda não vai entrar com ação
no STF, aguardando o posicionamento do presidente do Senado, Renan Calheiros,
que pode "ignorar a anulação".
O líder do PSDB na Câmara,
Antonio Imbassay (BA), disse que já estão "redigindo o mandado de
segurança". "Sobre o recurso, ainda vamos decidir", completou o
líder tucano.
Imbassahy afirmou que
"é um equívoco gravíssimo" a decisão do presidente interino da
Câmara. "A abertura do processo contra Dilma é um ato jurídico perfeito.
Houve uma decisão da Câmara com mais de 360 votos a favor", disse.
O senador Raimundo Lira
(PMDB-PB), que preside a Comissão Especial de Impeachment no Senado, disse que a decisão "não tem efeito
jurídico ou prático".
No entendimento do
peemedebista, "a Câmara perdeu total e absoluto controle no momento que
entregou o processo ao Senado". "O Senado Federal não segue o que
determina a Câmara dos Deputados", completou o parlamentar, que disse
estar preparado para votar a abertura do processo nesta quarta (11).
O relator da comissão
especial do impeachment no Senado, Antonio Anastasia (PSDB-MG), informou que
não vai comentar a decisão por se tratar de um ato da Câmara.
Em nota, o presidente
nacional da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Claudio Lamachia, disse que "esse
tipo de ação atende a interesses momentâneos de alguns grupos políticos, mas
ignora as decisões legítimas já tomadas", afirmou. "A OAB
não aceita que, neste momento em que a sociedade brasileira espera que a crise
seja superada com respeito a Constituição Federal, coloque-se em prática um
vale-tudo à margem da Carta."
Do outro lado, comemoração
Já o líder do governo na
Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), negou que o governo tenha pressionado
o presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), a anular a sessão de
votação do pedido de impeachment na Câmara.
Ele reconheceu que o
processo de impeachment não está anulado, mas sim as sessões da Câmara,
incluindo a da votação que aprovou o pedido de impeachment. "Não está
anulando, mas volta para a Câmara", disse.
Guimarães ainda defendeu a
decisão de Maranhão. "Não tem nada de intempestividade, isso é discurso da
oposição. Intempestivo foi todos os atos pretéritos desse processo aqui na
Câmara. E mesmo assim nós fomos até o final. A lei tem que valer na hora que
você perde e na hora que você ganha", disse.
O líder do governo no
Senado, Humberto Costa (PT-PE), disse que a decisão "é um primeiro
passo" para anular o processo do impeachment todo. Enquanto
o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) disse que"o jogo começou de novo".
A senadora Vanessa
Grazziotin (PC do B-AM) afirmou nesta segunda-feira (9) que o presidente do
Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), vai remeter o processo de impeachment contra
a presidente Dilma Rousseff para a Câmara. "Renan deve remeter todo o processo
à Câmara dos Deputados", disse Grazziotin.
Uol Notícias
Uol Notícias
Nenhum comentário:
Postar um comentário