Leonardo Picciane (PMDB-RJ) |
Aliado do Palácio do Planalto, o atual líder do PMDB na
Câmara, deputado Leonardo Picciani (RJ), foi reeleito nesta quarta-feira (17)
para um mandato de mais um ano à frente da bancada. Com 37 votos favoráveis,
ele derrotou o deputado Hugo Motta (PMDB-PB), que contava com o apoio do
presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e recebeu 30 votos. Dois deputados votaram
em branco.
O placar de reflete a divisão interna da bancada,
com uma ala pró-Dilma e outra favorável ao seu afastamento, apesar de o PMDB
ter uma aliança com o PT, ocupando a Vice-presidência da República e outros
seis ministérios. Os deputados Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) e Marinha Raupp (PMDB-RO) não compareceram à reunião que definiu o novo líder.
Ao ser reeleito, no entanto, Picciani falou em união da
bancada. "A vitória é de toda a bancada do PMDB, que vai caminhar
junta", declarou. Por ser o maior partido dentro da Câmara, a disputa pelo
comando da bancada ganhou maiores proporções nos últimos dois meses porque está
em jogo o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, assim como a
tramitação de projetos de interesse de governo.
O ministro da Saúde, Marcelo Castro, chegou a se
licenciar do cargo para reassumir o mandato de deputado na Câmara e reforçar os
votos a favor de Picciani. Ao chegar no plenário de votação, ele foi recebido
por um protesto que teve “chuva” de papéis com a estampa do mosquito Aedes aegypti. O ato, organizado
pelo Solidariedade, aliado de Cunha, é uma crítica por ele ter deixado a pasta
em meio à crise do vírus da zika, transmitido pelo Aedes.
Impeachment
Caberá ao líder de cada bancada indicar os
integrantes da comissão especial que analisará o pedido de afastamento da
petista. As 65 cadeiras do colegiado serão distribuídas de acordo com o tamanho
das bancadas -o PMDB terá direito a oito.
O resultado da eleição aponta ainda para uma perda
de influência do presidente da Câmara sobre a bancada peemedebista. Em 2014,
quando foi líder da bancada, e no ano passado, à frente da presidência da
Câmara, Cunha capitaneou diversas derrotas ao Planalto, inclusive com a
deflagração do processo de impeachment, mas perdeu forças diante do agravamento
das denúncias contra ele na Operação Lava Jato.
Picciani, por outro lado, começou 2015 com uma
postura mais crítica ao governo Dilma Rousseff. Eleitor do senador Aécio Neves
(PSDB-MG) na disputa pela Presidência, o líder peemedebista se aproximou do
Planalto com a abertura para indicar dois ministros para a Esplanada.
A aproximação de Picciani com o governo
descontentou ainda mais a ala mais rebelde do partido quando ele indicou
integrantes menos críticos a Dilma para a comissão do impeachment, que acabou
desfeita.
Ele chegou a ser destituído do posto em dezembro
por oito dias em uma articulação patrocinada pelo vice-presidente da República,
Michel Temer, e Eduardo Cunha, mas conseguiu reaver o posto com o apoio da
maioria.
G1.globo.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário